Carlos Queirós disse, esta quarta-feira, em entrevista ao jornal espanhol «Marca», que devia ter saído do Real Madrid, no início do ano. «O meu maior erro foi não ter saído em Janeiro. Devia ter abandonado o clube quando estávamos à frente da liga espanhola e quando estávamos a jogar bem na Taça de Espanha e na Liga dos Campeões. Se tivesse saído nessa altura, talvez o Real não tivesse terminado a época como acabou», considerou.
O técnico português, que foi despedido na semana passada do cargo de treinador do Real Madrid, diz que ficou defraudado quando, no início do ano, o clube não reforçou a equipa. Queirós afirmou que o facto da direcção do clube ter rejeitado assinar contrato com o defesa argentino Gabriel Milito, aliado à decisão de ter deixado sair jogadores do calibre de Fernando Morientes e Claude Makelele teve efeitos negativos na equipa. «Pedi para o Morientes ficar e estou convicto que com ele, com Geremi, Makelele e Milito o Real teria acabado por conquistar um ou dois títulos», afirmou o ex-treinador da equipa espanhola.
Questionado se sentia que tinha sido enganado pelo clube, Queirós respondeu: «Se lhe prometessem um carro com ar condicionado, quatro rodas, estofos de pele e pintura metalizada e depois lhe dessem um sem nada disto, como é que se sentia?».
Queirós disse que Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, não teve razão ao acusá-lo de falta de autoridade para dirigir a equipa. A prova, para o português, é que o clube mudou de treinador mas também de politica de contratações. A prová-lo está a aquisição do argentino Walter Samuel, o primeiro defesa a ser contratado por Pérez desde que assumiu a presidência do clube, há quatro anos.
«Não quero confundir o Real Madrid com o presidente»
«Não quero baixar ao mesmo nível dos que demonstraram não ter qualquer respeito por mim», afirmou Carlos Queirós, acrescentando que «em termos desportivos, as coisas não correram bem. Mas isso não significa que temos que ser deselegantes. Não vou fazer isso porque não quero confundir o Real Madrid com o presidente do clube».
O treinador português considera que se o Real Madrid for capaz de aprender com os erros da última época, pode voltar rapidamente às vitórias. «Se os erros não forem repetidos, o Real vai recuperar e tenho a certeza de que o Camacho vai ser feliz», acrescentou.