O Clube Desportivo de Tondela, que tem a principal equipa de futebol a competir na I Liga portuguesa, recebeu aval para avançar com a construção do centro de estágios de Nandufe, após o despacho publicado em Diário da República esta quarta-feira.

O despacho «reconhece como empreendimento com relevante interesse geral o Equipamento Desportivo – Centro de Estágio, na Quinta de Nandufe, no município de Tondela», sendo que as proibições até então existentes decorriam do «elevado número de incêndios que têm deflagrado em terrenos com povoamentos florestais».

O incêndio de outubro de 2017, «que atingiu áreas com povoamento florestal para onde se prevê a construção do equipamento desportivo», ficou a dever-se a «causas que o Clube Desportivo de Tondela é alheio», conforme declaração emitida pela Guarda Nacional Republicana do Comando Territorial de Viseu.

Tendo como base esta inocência, a publicação em Diário da República fundamenta a decisão, tendo em conta que a Câmara Municipal de Tondela «reconheceu, em reunião ordinária de 19 de julho de 2019, o interesse público municipal do empreendimento», assim como o parecer da Direção-Geral do Território, de 7 de novembro de 2019, além do parecer do Instituto Português do Desporto e Juventude, em 18 de fevereiro de 2020.

Na assembleia geral do Tondela, em junho de 2019, o presidente Gilberto Coimbra tinha manifestado vontade de iniciar as obras do centro de estágios ainda nesse ano para «concretizar um sonho» e «cumprir o compromisso assumido com o grupo espanhol» Hope, que em novembro último tinha 80 por cento das ações do clube.

Nessa altura, Gilberto Coimbra explicou que, dos seis milhões da compra de ações, três só seriam entregues quando «concluídas as obras» e que, até então, estavam entregues 2,4 milhões de euros e que o clube já tinha gasto «370 mil euros na aquisição do terreno» para o complexo desportivo, para o qual foram comprados «10 hectares» e «100 mil metros de terreno na quinta de Nandufe».