É o grande jogo dos «particulares» desta quinta-feira e será, sem polémicas, o encontro de maior cartaz desta ronda de jogos de preparação que se têm feito na última semana. O Inglaterra-Portugal de Wembley vai colocar frente a frente duas seleções que se assumem com aspirações a vencer a mais importante prova do futebol europeu.

A seleção portuguesa viajou nesta quarta-feira para Londres tendo treinado ao fim da tarde em Wembley, onde será a partida. Mas, mais do que uma adaptação ao mítico estádio inglês, a equipa nacional continua a trabalhar na evolução do plano de trabalho traçado por Fernando Santos.

O selecionador nacional destacou precisamente esse ponto quando refutou o carácter de teste em relação a este encontro frisando que o jogo com a Inglaterra cumprirá a função de «ver em termos estratégicos como a equipa está a evoluir». No presente, a seleção evolui ainda sem dois dos 23 convocados para o Euro 2016.

Entre os 21 jogadores que estão à disposição de Fernando Santos, Bruno Alves e Nani são as grandes novidades nas opções que ainda estavam com os seus clubes quando Portugal venceu (3-0) a Noruega. Estes deverão ser duas das novidades a ver em campo nesta quinta-feira (sobretudo no caso de Bruno Alves quando ainda não estão todos os defesas centrais disponíveis), mas também jogadores que não foram titulares no domingo irão ser observados mais pormenorizadamente em competição.

As alterações ao jogo com a Noruega podem significar que apenas Ricardo Carvalho, João Moutinho e João Mário se mantenham num onze com seis novidades (Rui Patrício, Vieirinha, Eliseu, Danilo, Adrien e Rafa) para além dos dois jogadores do Fenerbahçe já citados. Todos (os de campo) deverão ficar com minutos suficientes de jogo – para esta fase da preparação – para provarem o que podem dar à equipa.

Fernando Santos quer o motor da sua seleção o mais afinado possível quando ainda está à espera da potência máxima de que vai poder usufruir no último «particular» da seleção, no dia 8, com a Estónia. Cristiano Ronaldo e Pepe mantêm-se de férias enquanto recuperam de um final de época pelos clubes que só terminou no sábado com o triunfo na Liga dos Campeões.

Fernando Santos não se cansa de concordar com o valor de Ronaldo e com o que o capitão da seleção portuguesa pode dar a qualquer equipa do mundo onde jogue. Mas não se contenta com esse estatuto que Portugal detém. Quer mais. Quer todos no máximo: «Também temos de nos preparar para sermos uma equipa forte com os outros e lutarmos pela vitória.»

Consciente do poder que Portugal tem em potência está também Roy Hodgson, com e para além de Ronaldo. O selecionador inglês escolheu para último adversário dos «particulares» a seleção portuguesa, de cuja «seleção muito boa» quem elogiou as ««qualidades técnicas».

A véspera do jogo de maior cartaz desta jornada «amigável» coincidiu com o aparecimento em público nesta quarta-feira de dois ídolos de outra geração portuguesa, apelidada ena sua altura como «de ouro».

Rui Costa apoiou a ambição. «Não temos receio de nos assumir sabendo que outras tantas seleções irão ter a mesma ambição (...) mas temos cartas para jogar e acho muito bem que sejamos obrigados a pensar alto.»

Luís Figo considera que Portugal está numa segunda linha de favoritismo em relação às seleções que normalmente estão habituadas a ser vencedoras», mas a racionalidade não é para ele contraditória coma vontade: «Se não acreditarmos que é possível chegar à final era melhor nem sequer marcar presença no Europeu.»