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Marrocos: os jogadores

1
Yassine Bounou

YASSINE BOUNOU

Data de nascimento: 5/4/1991

Clube: Sevilha

Posição: Guarda-Redes

Com a alcunha 'Bono', Yassine nunca fingiu ser uma estrela. Nascido no Canadá, mudou-se com a família para Marrocos, quando tinha 8 anos, e a sua vida nunca mais foi a mesma. No banco de trás do táxi que o levava para os treinos do Wydad, sempre sonhou chegar aos grandes palcos. Aos 19 anos foi um dos mais jovens marroquinos a chegar à final da Liga dos Campeões africana. No ano seguinte juntou-se ao Atlético de Madrid, mas não se conseguiu afirmar na equipa de Diego Simeone. Depois de boas prestações no Girona, juntou-se ao Sevilha em 2019, e ajudou-os a conquistar a sexta Liga Europa. Bono tornou-se no primeiro MVP africano da Liga espanhola, o primeiro guarda-redes do Sevilha a ganhar o prestigioso prémio Zamora, e chegou ao top10 do troféu Yashin.

2
Achraf Hakimi

ACHRAF HAKIMI

Data de nascimento: 4/11/1998

Clube: PSG

Posição: Lateral/Ala Direito

«A minha mãe costumava limpar casas, e o meu pai era vendedor ambulante. Sacrificaram tanto para que eu pudesse jogar futebol. Agora luto por eles todos os dias». Estas frases dizem muito do menino de ouro de Marrocos. Foi o quinto jogador mais jovem no Mundial 2018, mas Hakimi tem agora muito mais experiência, tornou-se uma superestrela. Campeão em Itália e França, com Inter e PSG, respetivamente, Hakimi nunca se esqueceu da promessa de ajudar a comunidade, e não apenas a sua família. Em maio de 2021 tornou-se embaixador da UNICEF, e tem estado envolvido em muitas iniciativas de caridade. A sua consciência social vai ainda mais longe. Durante os protestos 'Black Lives Matter', nos EUA, Achraf deixou clara a sua posição, celebrando um golo pelo Borussia Dortmund com uma camisola que dizia 'Justiça para George Floyd'.

3
Noussair Mazraoui

NOUSSAIR MAZRAOUI

Data de nascimento: 14/11/1997

Clube: Bayern de Munique

Posição: Lateral Direito

Ser um dos mais talentosos do país não te garante um bilhete para representar a seleção. E quando entras em conflito direto com o selecionador, as possibilidades são ainda menores. «Quando cheguei, o treinador estava muito chateado comigo. Durante o treino estava muito calor, e ele pedia para bebermos água de cinco em cinco minutos. Durante uma das pausas não bebi nada, porque já não tinha sede». Não obedecer às regras também não ajuda. «O selecionador pediu-me para beber outra vez, e disse-lhe educadamente que não, mas ele insistiu. Para acalmar a situação, o Saïss deu-me uma garrafa de água, mas deitei-a no chão. Foi assim que o problema começou». Muitos meses depois, o selecionador Vahid Halilhodzic e Mazraoui fizeram as pazes, mas o versátil lateral nunca mais jogou com o treinador franco-bósnio.

4
Sofyan Amrabat

SOFYAN AMRABAT

Data de nascimento: 21/8/1996

Clube: Fiorentina

Posição: Médio defensivo

«Todos os dias apanhava o autocarro para casa, em frente ao estádio, e sabia a razão do meu trabalho. Estava cansado, mas sabia o que fazia». Aos oito anos tinha a certeza de qual era o sonho que perseguia, e que tinha de trabalhar muito e fazer sacrifícios para o alcançar. Especialmente na vida social. «Não mudei de amigos, porque conheço pessoas que não viriam até mim se não fosse jogador de futebol. Com as pessoas que conheces desde criança é diferente. O mesmo com as mulheres. Às vezes não sabes se te davam a mesma atenção se não fosses futebolista. Alguns jogadores fazem amigos facilmente, mas não sabes se são amigos de verdade.»

5
Nayef Aguerd

NAYEF AGUERD

Data de nascimento: 30/3/1996

Clube: West Ham

Posição: Defesa Central

Nasceu numa família de futebolistas. O pai de Nayef até foi internacional, mas foi difícil convencer a mãe da carreira profissional do filho. Queria que seguisse os estudos, mas isso mudou rapidamente em 2009, quando a família foi convidada para ir à Academia de Futebol Mohammed VI, e deparou-se com as suas instalações modernas. Lá ficou claro que os estudos eram tão importantes quanto o futebol. «Não é fácil fazer alguns sacrifícios, quando tens 12 ou 13 anos. Na academia tinha de esconder os chocolates, porque a dieta era estrita. Se fores apanhado, tens de acordar às 4h30 para ir correr». Mas essas regras ajudaram Nayef a tornar-se profissional. A sua mudança para o West Ham, após quatro anos na Ligue 1, faz dele um exemplo para os mais novos, não só na academia, como em todo o país.

6
Romain Saiss

ROMAIN SAÏSS

Data de nascimento: 26/3/1990

Clube: Wolverhampton

Posição: Defesa Central

Há dois tipos de capitães: os que são altos e gritam com árbitros, adversários e colegas; e depois há Romaïn Saiss, que lidera pelo exemplo e usa poucas palavras. Perante a despedida de Benatia, após a horrível campanha na CAN 2019, Saïss foi logicamente escolhido como novo capitão, e a transição não podia ter sido melhor. Ter recebido a braçadeira com uma idade relativamente avançada parece natural para alguém que trabalhou pela oportunidade. «Estava a jogar como semiprofissional e o dinheiro não era suficiente. Ganhava 500 euros, e isso só me dava para o combustível. Trabalhava no restaurante do meu pai para o ajudar. Só me deixava lavar a louça e dar a ementa aos clientes». Saïss teve de lidar com racismo: no seu primeiro jogo em Inglaterra recebeu palavras abusivas de um adversário. «Se isso acontece, é boa ideia que o jogador saia do campo. Se durante um jogo ouvires um estúpido a gritar contigo, a ser racista e a chamar-te coisas como macaco… é muito difícil.»

7
Hakim Ziyech

HAKIM ZIYECH

Data de nascimento: 19/3/1993

Clube: Chelsea

Posição: Médio ofensivo

Sem ter jogado um único minuto na qualificação, a sombra de Ziyech pairou sobre a seleção. O conflito com o selecionador Vahid Halilhodzic custou-lhe um lugar na equipa, e não abalou a fantástica campanha, com seis vitórias e um empate em 7 jogos. Mas para o público marroquino, Ziyech é a encarnação de fantasia. Algo que o selecionador parece não ter visto. «Nunca vou jogar com este selecionador novamente, independentemente do que ele dizer. Independentemente de estarem bem ou mal, ou ele aparecer na minha porta, a querer dormir no meu sótão ou na cave, não vou jogar com ele outra vez», disse Ziyech, alegadamente, a amigos. A federação acabou por ceder à pressão, e Vahid foi despedido. Ziyech regressou em setembro de 2022, no primeiro jogo sob o comando de Walid Regragui.

8
Azzedine Ounahi

AZZEDINE OUNAHI

Data de nascimento: 19/4/2000

Clube: Angers

Posição: Médio

«Desde os cinco ou seis anos de idade que jogava contra adversários com o dobro do meu tamanho». Ounahi sempre esteve consciente da sua falta de poder físico, e então corria com a bola. Correu quando jogou a Taça Danone, correu quando se juntou à academia Mohammed VI, em Rabat, e correu rumo ao futebol francês. No Angers até correu quase 14km num jogo da Ligue 1, um novo recorde na competição. Esta época só perde para Messi em de dribles com sucesso. Não será necessário dizer que a sua presença na seleção, apesar de recente, é inevitável.

9
Abderrazak Hamdallah

ABDERRAZAK HAMDALLAH

Data de nascimento: 17/12/1990

Clube: Al Ittihad

Posição: Ponta-de-lança

Ser um avançado bem-sucedido em três continentes diferentes é um registo que muitos jogadores de Marrocos nem sonham. Foi o melhor marcador do campeonato marroquino, apesar de ter feito apenas meia época. Conseguiu a mesma proeza no Qatar e na Arábia Saudita, onde, em 2019, foi nomeado World Top Goal Scorer pela IFFHS. Mas, onde quer que tenha alcançado sucesso, a controvérsia nunca andou longe. No Qatar foi visto fora do estádio antes do final do jogo da sua equipa. Aparentemente não reagiu bem quando o treinador o substituiu. Em 2019, antes da CAN, renunciou à seleção na sequência de uma discussão acesa com o colega Fayçal Fajr, por causa de um penálti. Será o Mundial a sua hipótese de redenção?

10
ANASS ZAROURY (GETTY)

ANASS ZAROURY

Data de nascimento: 07/11/2000

Clube: Burnley

Posição: Extremo

Internacional jovem pela Bélgica, foi convocado pela seleção marroquina poucos dias antes do Mundial, por força da lesão de Amine Harit. Cresceu na famosa academia Jean-Marc Guillou, onde os jovens frequentemente têm de esperar meses pelo direito de calçar chuteiras. «Todas as semanas há um conjunto de exercícios, mas é preciso alcançar um certo patamar para usar chuteiras», recorda. Após passagens por Lommel e Charleroi, está agora no Burnley, e teve um forte impacto na equipa inglesa, com seis golos e duas assistências no arranque da temporada. O treinador, Vincent Kompany, disse: «Era um jogador que já conhecia, quando era mais jovem. Podemos olhar para as exibições, mas muitas vezes tens uma ideia clara daquilo que queres que os jogadores façam na tua equipa, e depois é só ver os requisitos encaixam. É o caso dele.»

 

11
Abdelhamid Sabiri

ABDELHAMID SABIRI

Data de nascimento: 28/11/1996

Clube: Sampdoria

Posição: Médio ofensivo

Nascido na cidade de Goulmina, um oásis no tórrido deserto do sul de Marrocos, Sabiri mudou-se para a Alemanha aos três anos, com os pais. «Não sou da zona mais bonita de Frankfurt, mas moldou-me. Queria sair dali. Queria concretizar os meus sonhos». Abdelhamid tornou-se profissional quase por acaso, quando o treinador dos sub-19 do Koblenz, Vincenzo Di Maio, expandiu a sua procura por novos talentos. «Um amigo tem uma academia em Frankfurt, para jovens de zonas problemáticas, e contactei-o porque o nosso plantel era curto. e estávamos à procura de jogadores. Queríamos ter o Sabiri e outro rapaz, e ficaram logo entusiasmados, com vontade de dar o próximo passo e sair do seu pequeno clube.»

12
Munir El Kajoui Mohamedi

MUNIR EL KAJOUI

Data de nascimento: 10/5/1989

Clube: Al Waehda

Posição: Guarda-Redes

Durante muitos anos, Marrocos teve prestações más na baliza. Mas isso mudou desde que Munir se juntou à seleção, em 2015. Com grandes exibições na qualificação para o Mundial 2018, incluindo sem jogos sem sofrer golos, Munir foi logicamente o guardião na Rússia. Mas a ascensão de Yassine Bounou mudou o cenário, nos últimos quatro anos. «A competição entre nós é saudável», diz Munir. «Se ele está a 100%, tento estar a 150%. Ajudou-me a maturar e a ser melhor». No fim de 2020 venceu o prémio Zamora de melhor guarda-redes na 2ª divisão espanhola. Vinte meses depois, Bounou venceu o Zamora da 1ª Liga espanhola.

13
Ilias Chair

ILIAS CHAIR

Data de nascimento: 30/10/1997

Clube: QPR

Posição: Médio ofensivo

«Não é suposto estar aqui, de acordo com o que ouvi quando era mais jovem. Era suposto estar a jogar nas ruas, cinco contra cinco. Disseram-me isso toda a minha vida. Foi isso que sempre me motivou». Filho de pai marroquino e mãe polaca, Ilias Chair não só enfrentou a crítica desde cedo, como também o racismo. Não compreendia porque o pai via os jogos sozinho. «Nessa altura não percebia o que era, mas quando era mais velho, comecei a ir ver os jogos do meu irmão. Comecei a perceber. Perguntas-te porquê. O racismo está lá, especialmente na Bélgica. Havia muito crime e dizia que as pessoas do norte de África, como os marroquinos, eram os culpados. É assim que as pessoas pensam há muito tempo, e isso precisa de mudar».

14
Zakaria Aboukhlal

ZAKARIA ABOUKHLAL

Data de nascimento: 18/2/2000

Clube: Toulouse

Posição: Extremo Direito

Filho de mãe marroquina e pai líbio, Zakaria podia escolher entre três seleções. Acabou por escolher os 'Leões do Atlas', e teve impacto quase sempre que jogou. A sua escolha não teve grande impacto nos Países Baixos, mas gerou reações furiosas de muitos adeptos líbios nas redes sociais: «Até houve ameaças. Foi o suficiente para colocar o meu perfil privado durante uns tempos. Não tinha medo, mas precisas de evitar essa negatividade», disse à imprensa neerlandesa. Apesar de ser um dos jogadores mais jovens da seleção, Zakaria é uma pessoa madura, e até pode ser Imame durante a reza, já que sabe o Alcorão e tem uma boa voz. Juntou-se ao Toulouse no verão passado e parece ter sido uma boa escolha, tornando-se cada vez melhor.

15
Selim Amallah

SELIM AMALLAH

Data de nascimento: 15/11/1996

Clube: Standard Liège

Posição: Médio ofensivo

«Temos bons público em Liège, mas nunca vi nada como os adeptos de Casablanca», foi a reação de Selim ao apoio dos adeptos no Estádio Mohammed V, quando Marrocos assegurou a presença no Mundial, em março deste ano. Selim cresceu na Bélgica, mas os seus laços com Marrocos são fortes. Antes de cada jogo ouve música “Reggada”, famosa na região de Rif (norte de Marrocos). Até os seus filmes («Remember the Titan»), atores (Denzel Washington) e videojogos («Call of Duty«) estão relacionados com excelência e dedicação. Em fevereiro deste ano, durante um jogo na Bélgica, usou uma camisola com o nome 'Rayane', para prestar homenagem a uma criança que caiu tragicamente num poço, numa pequena cidade marroquina.

16
Abde Ezzalzouli

ABDESSAMAD EZZALZOULI

Data de nascimento: 17/12/2001

Clube: Osasuna

Posição: Extremo Esquerdo

Num futebol mais tático e fisicamente rigoroso, são apreciados jogadores com A habilidade de driblar os defesas. 'Abde' é esse jogador. Seja no Hercules, no Barcelona ou nos 'Leões do Atlas', este miúdo é um talento sensacional no que toca a penetrar as linhas adversárias. Mas essa habilidade não é colocada em prática no que toca a controvérsias e entrevistas. Em janeiro de 2022 recusou juntar-se à seleção para jogar a CAN, provocando fúria nas redes sociais. Acabou por se entender com a federação, e juntou-se à seleção na altura da qualificação para o Mundial. Talvez o seu momento mais memorável perante os ecrãs tenha sido uma resposta engraçada e honesta à Barça TV, que perguntou o que lhe disse Xavi Hernandez antes dum jogo. «Apanhaste-me! Ele disse-me para ir com tudo, então fui com tudo». Abde até repetiu ironicamente a primeira parte da resposta, quando foi apresentado como novo jogador do Osasuna.

17
Sofiane Boufal

SOFIANE BOUFAL

Data de nascimento: 17/9/1993

Clube: Angers

Posição: Extremo Esquerdo

Depois de uma época desastrosa com o Southampton, em 2017/2018, com o clube a descer de divisão, Boufal perdeu o lugar na seleção e no Mundial. «Foi uma bofetada. Sobretudo porque fui eu a dar o pau com o qual levei a pancada. Jurei que nunca mais ia acontecer». O regresso de Sofiane ao Angers provou que 'Soso' aprendeu com os erros. Sofreu uma grave lesão, três semanas depois de Marrocos garantir o lugar no Mundial. «Eu não pensei: ‘Porquê eu?’. Imediatamente meti o Mundial como objetivo. Antes da operação falei com o meu empresário durante quatro ou cinco horas, para planear o meu regresso». Uma coisa é certa, Boufal consegue driblar qualquer adversário, e isso é algo que nunca vai mudar. «Ou és louco por mim ou vou deixar-te louco»

18
Jawad El Yamiq

JAWAD EL YAMIQ

Data de nascimento: 29/2/1992

Clube: Real Valladolid

Posição: Defesa Central

Um dos melhores defesas locais da última década, El Yamiq venceu quase tudo em Marrocos, antes de partir para a Europa. Nada lhe foi garantido, e depois de uma curta estadia em Itália, ganhou confiança e relativo sucesso em Espanha. Em 2021, quando o Valladolid foi despromovido, falava-se em pressão do jogador para rumar ao Bordéus. A situação ficou tão tensa que alguém entrou na sua garagem, vandalizou o seu carro e escreveu «vai-te embora» num dos lados. Quase um ano depois, não só ficou no Valladolid, como os ajudou a voltar a La Liga, sendo um dos principais jogadores da equipa que tem Ronaldo 'Fenómeno' como proprietário.

19
Youssef En-Nesyri

YOUSSEF EN-NESYRI

Data de nascimento: 1/6/1997

Clube: Sevilha

Posição: Ponta-de-lança

Foi o último jogador a ser chamado ao Mundial 2018, mas marcou um golo memorável que quase custou à Espanha um lugar nos ‘oitavos’, saltando e cabeceando sobre Sergio Ramos e Gerard Piqué. Num país apaixonado e louco por futebol, não ajuda ter mais eficiência do que estilo. E apesar de ser o recordista marroquino de golos na Liga dos Campeões, e o único internacional a marcar em quatro grandes competições consecutivas, En-Nesryi é um alvo fácil para os críticos. «Tento contribuir e ajudar a equipa, e fazer o melhor dos minutos que o selecionador me dá. Peço aos adeptos que me criticam para não o fazerem com insultos. As nossas famílias também têm redes sociais e acabam por ler os vossos comentários.»

20
Achraf Dari

ACHRAF DARI

Data de nascimento: 6/5/1999

Clube: Brest

Posição: Defesa Central

Nascido e criado em Casablanca, Dari esteve sempre à frente da sua geração. Em 2017, com 18 anos, ajudou os sub-23 a vencer os Jogos Francófonos, na Costa do Marfim, sendo um dos mais jovens da competição. Mais tarde nesse ano, venceu o seu primeiro torneio continental pelo amado Wydad AC. Cinco anos depois deixou o clube, após vencer uma segunda Liga dos Campeões, como uma das figuras principais. Dari também agradece à mãe, que lhe liga sempre antes de jogos importante, como antes da final frente ao Al Ahly, em maio último. «Ela apoia-me sempre e reza por mim.»

21
Walid Cheddira

WALID CHEDDIRA

Data de nascimento: 22/1/1998

Clube: Bari

Posição: Ponta-de-lança

Muitos não o conheciam, até começar a marcar golos com o Bari, na Serie B italiana. Atualmente, o nome de Walid Cheddira vive na memória. Nascido na costa adriática de Itália, nunca chegou ao nível da Serie A, mas pode contar com o apoio de um prestigiado compatriota e antigo defesa do Bari, Rachid Neqrouz, que somou 53 internacionalizações e jogou 159 vezes na Serie A pelo clube. Depois dos seus primeiros minutos, nos amigáveis de setembro, frente a Chile e Uruguai, Walid mostrou o seu orgulho. «Não podes trair nem esconder as tuas origens. Esta chamada foi uma felicidade imensa para mim e para a minha família». Cheddira foi seguido pelo selecionador italiano Roberto Mancini, mas foi difícil negar as origens e recusar o Mundial. Walid tem boas memórias da sua terra natal, Loreto. «A pizza no restaurante Zia Emilia é a melhor. O meu favorito no menu é a ‘Marrakech’, feita pelo Mohamed, um amigo marroquino.»

22
Ahmed Reda Tagnaouti

AHMED REDA TAGNAOUTI

Data de nascimento: 5/4/1996

Clube: Wydad Casablanca

Posição: Guarda-Redes

«Não gosto das comparações com o meu pai, quero ser melhor que ele». Palavras fortes de um jovem Reda, que cedo na carreira tratou de as colocar em prática. Convocado para o Mundial 2018, Tagnaouti atingiu outro patamar. Nos últimos quatro anos o guarda-redes foi campeão marroquino por três vezes e venceu o impagável título da Liga dos Campeões africana em 2022, sob o comando do atual selecionador, Walid Regragui. Não é preciso dizer que se conhecem muito bem, portanto. Mas por vezes a confiança dá espaço à vaidade, e, em 2019, foi banido da seleção por três meses, por alegadamente fingir uma lesão num jogo de qualificação, frente à Argélia. Alguns dias mais tarde falhou o importante jogo da Taça do Trono, e a sua equipa foi eliminada. É a única competição doméstica que ainda não ganhou, ao contrário do pai.

23
Bilal El Khannous

BILAL EL KHANNOUS

Data de nascimento: 10/5/2004

Clube: Genk

Posição: Médio

O mais jovem de sempre a representar Marrocos num Mundial. Nascido e criado na Bélgica, o jogador de 18 anos teve sempre bem presentes as raízes marroquinas. «Quando era miúdo, corria para os treinos do Anderlecht, para tentar um autógrafo ou uma foto do Mbark Boussoufa». Garante que a decisão de representar Marrocos foi tomada com o coração. «Quero deixar orgulhosos os meus avós». Entra na lista para o Mundial sem qualquer internacionalização, pelo que é uma escolha surpreendente de Walid Regragui. Bilal é um grande fã de futsal: «Por vezes vou a Bruxelas ou Antuérpia ver jogar os meus amigos.»

 

24
Badr Benoun

BADR BENOUN

Data de nascimento: 30/9/1993

Clube: Qatar SC

Posição: Defesa

Nascido nos subúrbios pobres de Casablanca, começou a carreira no seu adorado Raja. «É como se tivessem escolhido alguém da Magana [a bancada da claque] e o deixassem jogar». Quando conquistaram o título, conduziu os colegas a essa mesma bancada, para partilhar o momento com os adeptos. Causou impacto assim que chegou ao gigante egípcio Al Ahly, com os adeptos a chamarem-lhe 'Sultão', pelo seu estilo elegante, mas no início deste ano teve de parar cinco/seis meses, devido a um efeito da covid-19 no coração. Em julho assinou pelo Qatar SC, com o intuito de chegar ao Mundial. Nada tímido, teve um forte choque com o então selecionador, Hervé Renard, quando este o deixou fora do Mundial 2018. «Um ano depois enviou-me uma mensagem pelo whatsapp para ir à CAN. Disse-lhe que estava de férias».

 

25
Yahia (Reuters)

YAHYA ATTIAT-ALLAH

Data de nascimento: 2/3/1995

Clube: Wydad Casablanca

Posição: Lateral Esquerdo

Nascido e criado na cidade de Safi, Yahia treinou na academia Najm Safi, antes de se juntar ao OC Safi, um dos clubes mais antigos do país. Depois tentou jogar a um nível mais alto, juntando-se aos gregos do Volos. Uns meses mais tarde abandonou o clube por mútuo acordo. A sua oportunidade de jogar a nível mais alto passou por um regresso a Marrocos, com os gigantes do Wydad AC. Dezoito meses depois tornou-se campeão marroquino pela segunda vez, e uma das figuras na conquista da terceira Liga dos Campeões africana do clube. «Sempre sonhei em fazer parte do Mundial e, se Deus quiser, vou estar no Qatar. Espero que os adeptos apareçam em grande número em Doha.»

26
Yahya Jabrane

YAHYA JABRANE

Data de nascimento: 18/6/1991

Clube: Wydad Casablanca

Posição: Médio

Há alguns jogadores que jogaram vários Mundiais, mas quantos deles já jogaram em dois Mundiais “diferentes”? É o caso de Yahia Jabrane, que começou a carreira no futsal, antes de se mudar para os relvados. Aos 21 anos foi chamado para o Mundial 2012 de futsal, depois de um grave acidente que tirou a vida a três jogadores, e no qual outros acabaram feridos. Yahya jogou e marcou o primeiro golo da história de Marrocos no Mundial de futsal. Seria tentador marcar e fazer história no Qatar.

 

Textos de Mohamed Amine Elamri, que escreve para o Le Matin.

 

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