Autor de um dos golos mais bonitos da 2ª jornada da Liga dos Campeões, Julian Draxler é o guia de um Schalke que procurar entrar no trilho certo, depois de um mau arranque. A equipa de Gelsenkirchen ocupa um modesto 14º lugar da Bundesliga, depois de ter somado apenas um ponto nas primeiras três jornadas, mas na Liga dos Campeões lidera o Grupo E, depois da vitória sobre em Basileia (0-1). Draxler, que já tinha marcado ao Steaua, na ronda inaugural, apontou o golo do triunfo na Suíça.

Na próxima jornada da «prova milionária» o Schalke recebe o Chelsea, e Draxler terá a oportunidade de cruzar-se com José Mourinho, personalidade que o fascina, segundo um inquérito publicado no site oficial do jogador. E se Mourinho é o «campeão dos recordes»,  segundo o próprio, Draxler também se pode gabar de alguns feitos, pelo menos na juventude.

Quem anda atento ao futebol internacional já ouve falar de Draxler há algum tempo, e por isso custa a acreditar que tenha apenas 20 anos, festejados há poucos dias. É a prova de que se trata de um talento que cresce depressa. Inclusive fisicamente, o que fez com que tivesse problemas nas costas ao longo da juventude.

Natural de Gladbeck, a escassos quilómetros de Gelsenkirchen, Julian começou cedo a ir ver o Schalke, pela mão do pai. Chegou ao clube com oito anos, depois de passagens por BV Rentfort e SSV Buer. Estreou-se na equipa principal a 15 de janeiro de 2011, frente ao Hamburgo. Tornava-se então o quarto jogador mais jovem de sempre a jogar na Bundesliga, o mais novo de sempre na história do Schalke. 17 anos e 117 dias de idade, apenas.

Dez dias já Draxler era um herói para os adeptos do Schalke, dada a importância do primeiro golo como sénior. Foi apontado ao Nuremberga, no prolongamento de um jogo da Taça da Alemanha, e valeu aos «mineiros» o apuramento para as meias-finais da prova, que acabariam por vencer. Na final com o Duisburgo, disputada a 21 de maio de 2011, Draxler conseguia mais dois feitos: mais jovem jogador a marcar numa decisão da prova e mais jovem a erguer o troféu.

O promissor médio ofensivo, que cresceu a olhar para Ballack como ídolo, tornou-se rapidamente uma das principais figuras do Schalke. Um «menino da casa», que recentemente até disse que só era capaz de assinar pelo Borussia Dortmund «com uma lavagem cerebral».

É o mais jovem de sempre a ultrapassar a marca dos cem jogos pelo emblema de Gelsenkirchen, e o registo de golos é apenas mais um indício de uma evolução rápida mas sólida: três em 2010/11, cinco depois, treze na última época. Este ano já apontou três, agora com o mítico 10 nas costas, que antes pertencia a Lewis Holtby, atualmente no Tottenham. «Aos 17 anos era só o estudante da equipa. Agora represento a equipa em reuniões, e por vezes até posso discordar dos colegas», disse recentemente.

Aos 20 anos não se pode dizer que esta época é crucial para a carreira de Draxler, mas de importância acrescida. Sobretudo no que diz respeito à seleção, onde se estreou em maio de 2012, mas já não a tempo de garantir um lugar no Europeu. Agora vem aí o Mundial, e Draxler terá de continuar a crescer depressa para ir ao Brasil.