Hulk
Tem aquele jeito de fura-redes, de levar tudo à frente, o que fazia confusão nos primeiros jogos de azul e branco vestido. Mas parece cada vez mais adaptado à equipa e esta a ele. Bola no pé e lá ia Hulk em direcção à área tricolor, sempre com perigo e também com os olhos nos companheiros. Que o diga Lucho, que desperdiçou um cruzamento do brasileiro, pela esquerda. Mais tarde, Hulk atirou de livre para as mãos de Nélson, mas voltou a fazer uma assistência para golo, nos descontos da primeira parte, com Rodriguez a não perdoar. Depois, o 3-2 foi um golaço, que contrariou tudo o que se viu do avançado até aqui: em vez da força, usou a inteligência para um remate em jeito, que levou a bola a descrever um arco e terminar no fundo das redes de Nélson. Um golão de um jogador que já tinha estado em grande plano na última jornada, no Bonfim. Saiu para a ovação. Merecida.
Lisandro
Desde cedo mostrou ao que veio. Aplicação em todos os lances, como sempre habituou desde que chegou ao país, e mais um golo na conta pessoal. Antes de assinar o 1-0, já tinha visto o árbitro anular-lhe um golo. Igual a si próprio, recuou várias vezes para receber a bola e levar a equipa para a frente, como num cruzamento aos 36 minutos, que deixou Meireles na cara de Nélson: Lisandro merecia que o colega marcasse. Bela exibição, que podia ter terminado com outros números em termos de golos.
Fucile
No bom e no mau, ou melhor, no lance mais insólito do encontro. Fucile entrou a todo o gás, com um remate perigoso que ia traindo Nélson, logo no minuto inicial e um cruzamento mortífero para o golo madrugador de Lisandro. Outra vez à direita, teve a infelicidade de virar-se para esse lado para aliviar um lance na área azul e branca: azar dos azares, a bola tabelou em Moreno e ultrapassou Helton por cima. A cara do uruguaio dizia tudo: foi um golo insólito. Também foi ele que arrancou a falta para o 2-1, mas deixou Vidigal sozinho no 2-2, sentiu mais dificuldades desde que Ndiaye entrou em campo.
Rodríguez
Dois golos e uma ocasião perdida na cara de Nelson. Começou por aí a exibição do uruguaio, que isolado falhou o golo na cara do guarda-redes do E. Amadora. Iria redimir-se. Primeiro, a devolver a vantagem ao F.C. Porto no último lance da primeira parte. Fez o 1-2 de cabeça, um dos aspectos em que é forte, como já se vira na temporada passada, e depois selou o triunfo azul e branco com um livre directo. Não foi um desempenho brilhante no resto do tempo, mas contra golos, não há argumentos.
Vidigal
Começou, imagine-se, a médio esquerdo, mas depressa foi colocado no centro da defesa. Adaptou-se muito bem a esse lugar, apesar do tridente ofensivo do adversário meter respeito. Aventurou-se na área adversária e marcou um golo, que por breves instantes alimentou a esperança do Estrela.
Nélson
Uma primeira defesa quase sem querer, a remate de Fucile, no primeiro minuto, era o sinal de que a noite ia ser de trabalho. Nova prova aos 9m, aos desviar para canto um golo certo de Lucho. Pelo meio, foi batido por Lisandro, mas manteve o Estrela no jogo com novas intervenções: aos 23 defendeu um remate de Rodriguez, que vinha isolado e depois agarrou com segurança um livre de Hulk. Foi mesmo por pouco que não evitou o 2-1, mas mostrou, mais uma vez, competência entre postes. E a competência, como se sabe, merece ser bem paga. No 3-2, nem Nélson, nem ninguém, podia prever a trajectória do remate de Hulk e só no 4-2 ficou a ideia que podia ter feito melhor.