O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em forte baixa as suas previsões para a economia portuguesa em 2008 e 2009, apontando mesmo para uma estagnação no ano que vem, devido ao impacto da crise internacional. O Ministério das Finanças reage, reconhecendo que «a economia portuguesa não estará imune a esta forte deterioração internacional».

Quanto a novas previsões, o Executivo, que até agora aponta para um crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e de 2% para o ano que vem, promete apresentá-las «no momento próprio», o que deverá coincidir com a apresentação do Orçamento do Estado para 2009, a 15 de Outubro.

De resto, o Ministério tutelado por Fernando Teixeira dos Santos destaca que «o FMI reconhece os bons resultados que a estratégia seguida pelo Governo tem obtido», nomeadamente «as reformas estruturais (...) e a consolidação das contas públicas que, «tal como o próprio FMI reconhece, irão ter um impacto positivo na recuperação da competitividade e da produtividade da economia portuguesa».

O Ministério cita ainda o FMI ao sublinhar «a evolução positiva do segmento exportador com os consequentes impactos positivos na economia, bem como a abrangência e ambição do programa de simplificação administrativa que o Governo tem vindo a seguir, no âmbito do SIMPLEX».

Outro factor elogiado pelo FMI e citado pelas Finanças é a resistência demonstrada pelo sector financeiro nacional. «No ambiente de forte deterioração da conjuntura internacional é também de destacar que o próprio FMI reconhece que o sector financeiro português permanece robusto e bem supervisionado. Como diz o próprio FMI, o sistema financeiro português tem sido pressionado mas tem resistido à forte instabilidade que se vive nos mercados internacionais».

O Ministro das Finanças reconhece, no entanto, que é necessário continuar a ter «atenção aos desenvolvimentos desta situação».

«Aliás, recorde-se que o Governo aprovou ontem um pacote de medidas que reforça ainda mais a estabilidade do nosso sistema financeiro», conclui.