O impensável aconteceu para os Chicago Bulls. 10 jogos depois de terem recuperado Derrick Rose, voltaram a perdê-lo. A estrela que alimentava finalmente a esperança de lutar pelo título de campeão da NBA que escapa aos Bulls desde os tempos de Michael Jordan sofreu nova lesão grave. A primeira tinha-o deixado ano e meio fora de combate. Agora, com o início da nova época, os Bulls tinham recuperado a ilusão. Durou três semanas. Rose voltou a lesionar-se, foi de novo operado e o diagnóstico chegou, cruel: não joga mais esta época. Ele só tem 25 anos, mas a dúvida está na cabeça de toda a gente. Será que, depois de duas lesões graves, uma em cada joelho, volta a ser o que era?

Rose era tudo o que uma equipa sonha. Antes de mais, é natural de Chicago, portanto é um homem da casa, que cresceu a torcer pelos Bulls. Depois, é um jogador de equipa, solidário, sendo também um grande talento.

Contratado pelos Bulls em 2008, D-Rose foi rookie do ano em 2009 e foi melhor jogador de toda a Liga em 2011, quando Chicago chegou à final da Conferência Leste pela primeira vez em 12 anos, pela primeira vez desde o último título de campeão da NBA, o último da era Michael Jordan. Tinha 22 anos e foi o mais novo MVP de sempre.

Os melhores momentos de Derrick Rose na época que lhe valeu o MVP:



Foi o único jogador do Chicago Bulls a ganhar o troféu de MVP da época além de Michael Jordan. Depois disso, tudo se complicou. A época 2011/12 foi minada por lesões e terminou com uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, em abril de 2012. Falhou toda a época seguinte, 2012/13.

Quis dar tempo à recuperação. Rose e os Bulls resistiram à pressão do regresso no final da época passada, quando os adeptos já viam o base treinar sem aparentes limitações, mas continuar fora de campo. Quiseram fazer tudo certo.

Os Bulls construiram uma equipa à volta de Rose, com nomes fortes como Luol Deng, Joakim Noah, Carlos Boozer ou Jimy Butler. E as expectativas para esta época estavam lá em cima.

Rose voltou, nem de propósito, no jogo com os campeões Miami Heat de LeBron James, a mega-estrela que dura nesta altura na NBA, quando Kobe Bryant também continua de fora. O veterano dos Lakers, aliás, não joga desde abril e acaba de renovar contrato, para ganhar 35 milhões de euros nos próximos dois anos. Kobe voltou há duas semanas aos treinos e, aos 35 anos, as dúvidas sobre o que poderá dar ainda aos debilitados Lakers são muitas.

Não tantas quanto as que rodeiam Rose nesta altura. Nas últimas três épocas ele fez apenas 50 jogos, quase um terço do total de partidas dos Bulls. E o regresso, esta época, não estava a ser brilhante. Em 10 jogos tinha média de 15,9 pontos (35 por cento de eficácia) e 4,3 assistências.

E depois aconteceu isto. Na sexta-feira, no jogo com os Portland Trail Blazers, Rose sentiu o joelho, agora o direito, ceder num lance sem contacto com um adversário.



Foi operado logo na segunda-feira pelo mesmo médico que o tinha operado à rotura de ligamento em 2012. Desta vez é uma lesão no menisco, não parecia tão grave mas, ao que escreve a imprensa norte-americana, o jogador e os Bulls não quiseram mais uma vez arriscar e decidiram seguir o tratamento mais prolongado, que dá mais garantias de que Rose voltará bem.

Eles dizem que acreditam. «Às vezes, com os atletas, a sorte tem um papel importante. É só azar. Não vai mudar nada. Ele vai continuar a ser o Derrick. Vai continuar a trabalhar duro e voltar ainda melhor. Acredito mesmo que ele estava melhor agora, quando voltou. É uma infelicidade que tenha acontecido. Não tenho dúvidas de que ele vai voltar e jogar maravilhosamente», diz Luol Deng.

Mas é impossível ter certezas. Sobre Rose e sobre o futuro dos Bulls. Com alguns dos outros jogadores em fim de contrato ou em condições de sair no final da época, a lesão de Rose leva a questionar toda a abordagem do clube não só a esta como às próximas épocas.