1. A motivação de vingança. Anderson já disse que Katsouranis foi lesto a pedir-lhe desculpa pela jogada que o lesionou e que não viu no jogador grego qualquer intencionalidade de o magoar. Mas não deixa de ser um facto que foi uma jogada com Katsouranis, e um jogo com o Benfica, que provocou a grave lesão que lhe roubou cinco meses de carreira. Ora nesse sentido, haverá melhor forma de celebrar o regresso do que um triunfo sobre Katsouranis e uma vitória sobre o Benfica? Haverá melhor forma de executar uma vingança saborosa, nem que seja sobre o destino?
2. O entusiasmo do regresso. Foram cinco meses longe dos relvados. Para um miúdo acabadinho de chegar à alta-roda do futebol europeu, com tanto para mostrar e uma vontade tão grande de corresponder às imensas expectativas lançadas sobre ele, cinco meses são uma eternidade. A lesão está porém ultrapassada e agora é a altura de recuperar o tempo perdido. Mais do que qualquer outro jogador, portanto, o brasileiro estará na Luz com uma imensa fome de bola. Mais do que qualquer outro jogador, portanto, o brasileiro estará motivado para partir a louça toda.
3. O talento fora de série. Porque a gula é um prazer e porque o futebol é um jogo guloso, a melhor razão ficou para o fim. O talento fora de série. Katsouranis pode ser um jogador rigoroso, pode ser um jogador esforçado, pode ser um jogador com um diâmetro de acção muito largo, pode ser tudo isso, mas não é um mágico. Anderson é. O brasileiro tem a imensa capacidade de inventar o próprio jogo. Mesmo quando a falta de minutos lhe pode retirar alguma capacidade de explosão, Anderson continua a poder resolver um jogo num passe a rasgar toda a defesa, numa simulação, num túnel, numa assistência desenhada a régua e esquadro. Num clássico de muita pressão e poucos espaços, o talento para decidir numa fracção de segundo faz toda a diferença.