A Agência Internacional da Energia (AIE) reviu esta terça-feira em baixa, pelo quarto mês consecutivo, a previsão de procura petrolífera para 2008, devido à escalada dos preços do crude e ao abrandamento do crescimento económico mundial, avança a «Lusa».

No relatório mensal de Abril, a AIE, que defende os interesses energéticos dos países industrializados, espera doravante uma procura de 86,8 milhões de barris por dia em 2008, o que corresponde a uma progressão de 1,2 por cento no ano, mas em baixa de cerca de 400 mil barris em relação aos 87,2 milhões de barris/dia previstos em Março.

«A procura petrolífera mundial foi revista em baixa para 2007 e 2008», para respectivamente 85,8 milhões de barris dia (menos 150 mil barris face à previsão de Março) e de 86,8 milhões de barris/dia (menos 390 mil barris), afirma a AIE.

Um abrandamento do crescimento económico, preços elevados do petróleo e ajustamentos estatísticos deverão conduzir a «uma contracção da procura» nos países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos) em 2008. E isto, pelo terceiro ano consecutivo, precisa a AIE, que reviu em baixa de 190.000 barris para 48,8 milhões de barris/dia a previsão da procura da OCDE em 2008.

Procura na China e Médio Oriente deverá continuar forte

A procura nos países fora da OCDE, puxada pela China e pelo Médio Oriente, continuará no entanto forte em 2008 (mais 3,7 por cento), embora a AIE tenha revisto em baixa de 200.000 barris, em Abril, a previsão de procura não OCDE em 2008 para 38,1 milhões de barris/dia.

Os países da OPEP extraíram 255 mil barris/dia a menos em Abril, num total de 31,9 milhões de barris/dia.

A cotação do crude em Nova Iorque duplicou no início de Maio num ano, revela a AIE, puxada pela procura asiática, um mercado dos produtos refinados em tensão e interrupções de produção nomeadamente na Nigéria e no Mar do Norte.