Afrontar um colosso, golpeá-lo cirurgicamente e sair vivo da querela. Não é para todos. O Sp. Gijón conseguiu-o no último sábado. Silenciou as ambições do Real Madrid no campeonato e interrompeu um ciclo heróico de José Mourinho: nove anos sem perder em casa. Na força rebelde estava um português. Castro conta ao Maisfutebol tudo sobre a noite épica no Santiago Bernabéu.

«Nem nos meus melhores sonhos acreditava ser possível vencer», confessa o atleta emprestado pelo F.C. Porto. «Entrei no relvado, olhei em volta e percebi que era o estádio mais bonito onde já joguei. Intimida. Estava ansioso no início, não toquei muitas vezes na bola, mas saí satisfeito. Tivemos alguma sorte, é verdade. Foi uma vitória incrível.»

Nos balneários, quando se preparava para o duche retemperador, Castro teve uma surpresa. «O José Mourinho entrou e fez questão de nos cumprimentar um a um. Teve uma grande atitude. Todos nós ficámos perplexos, pois ele tinha praticamente acabado de perder o título espanhol.»

Para o compatriota houve um tratamento especial. «Quando me viu fez questão de me dar os parabéns pela minha exibição e perguntou-me se estava a gostar de jogar em Espanha. Depois disse-me que eu tinha feito muito bem em ir para a liga espanhola. Fiquei orgulhoso porque ele é o melhor treinador do mundo», sublinha Castro.

No relvado, Castro até teve tempo para observar com atenção as estrelas merengues. Sem o lesionado Cristiano Ronaldo, dois outros atletas impressionaram o português. «Gostei muito do Diarra e do Di María. Fizeram um grande jogo. O Ricardo Carvalho, que admiro há muitos anos, também esteve bastante bem.»

«A experiência em Gijón não podia ser melhor»

Os números são à prova de especulação. E dão razão a Castro na opção pelo histórico Sp. Gijón. Nove presenças no campeonato, dois golos, 600 minutos em cerca de três meses. Castro, de resto, ainda não perdeu com a camisola asturiana. Cinco vitórias e quatro empates, com o Barcelona e o Real Madrid a fazerem parte do rol de vítimas.

«Não podia estar a correr melhor. Tenho jogado sempre, já marquei duas vezes e adoro o clube. Na cidade de Gijón as pessoas são todas do Sporting. O estádio está sempre cheio e o centro de estágio é muito bom. Estou feliz.»

O dia da estreia no Sp. Gijón:



O golo de Castro ao Maiorca: