Cédric estreou-se na Seleção Nacional a 11 de outubro de 2014 frente à seleção francesa no Estádio de França, em Paris. Exatamente um ano depois da primeira convocatória para a equipa lusa, na altura por Paulo Bento.

O lateral não jogou com o antigo selecionador, mas tem sido aposta de Fernando Santos nos últimos encontros e já soma oito internacionalizações. Por isso, o jogador do Southampton mantém a esperança de ser também chamado para o Europeu de França.

Sabendo que «não há lugares garantidos» na Seleção, Cédric diz que vai continuar a trabalhar no clube para merecer a confiança de Fernando Santos e sublinhou que Portugal tem boas hipóteses de chegar longe no próximo Euro.


Tem sido aposta frequente de Fernando Santos. Sente que já tem presença garantida no Europeu 2016?
Não, não sinto. Não há lugares garantidos na Seleção Nacional. Tenho vindo a fazer parte das opções do mister Fernando Santos e espero continuar a fazer parte desse lote. É também para isso que tenho trabalhado no meu clube. Tentei sempre chegar nas melhores condições possíveis à Seleção, tentei sempre dar o meu melhor. Por isso, claro, e não vou ser hipócrita, quero estar no lote de opções para o Europeu.

E que hipóteses reais é que acha que Portugal tem em França?
É algo relativo. Portugal é uma das Seleções mais fortes da Europa, e até a nível mundial. Tem jogadores com muita qualidade e que estão espalhados pelas melhores Ligas da Europa. Vai depender muito de como vamos estar coletivamente e de como está cada jogador nessa altura. E também da união do grupo, que tem sido excelente. O apuramento mostrou-nos que podemos ambicionar, tal como Fernando Santos já disse, ser campeões da Europa. Não quer dizer que o vamos ser, porque temos de pensar jogo a jogo, mas podemos ser.

Mas há seleções mais fortes…
Há, mas Portugal tem muita qualidade e tem-no vindo a demonstrar. É fazermos o que fizemos no Mundial de Sub-20 em 2011. Ninguém esperava que pudéssemos chegar à final, mas pensámos jogo a jogo, encarámos cada um como uma final e quando demos por nós já lá estávamos. Espero é que a acontecer isso em França, o resultado seja diferente.

Jogar em França, depois dos últimos acontecimentos, assusta-o?
Não. Temos de continuar a fazer a nossa vida com normalidade e cumprir aquilo que está já há muito estipulado. Não podemos ter receio destas coisas, embora não sejam normais e que nos choquem e preocupem. Espero que no verão as coisas estejam mais calmas e que já tudo se tenha resolvido. Se o Europeu fosse agora mesmo era diferente e talvez até fosse impossível de se realizar em França.

O Inglaterra-França, da última terça-feira, provou que o futebol quer reagir a estas situações…

Sem dúvida! Aconteça o que acontecer, não se vai deixar de jogar futebol. Não podemos viver aterrorizados com isso. Ninguém vai abalar a nossa paixão, nem fazer com que não a pratiquemos.

Estava na Seleção Nacional quando os atentados de Paris aconteceram. Como reagiu o grupo?
Como qualquer outra pessoa. Ficámos surpresos e devastados, ainda por cima porque parte dos atentados aconteceu em redor do França-Alemanha. Foi cruel o que fizeram e claro que ficámos tristes com isso. Tentámos abstrair-nos também nós, mas não quisemos deixar de nos associar a este momento. Estamos com o povo francês.
 
O Rússia-Portugal esteve previsto para Londres e soube-se depois que foi mudado para a Rússia devido a questões de segurança. Vocês jogadores sabiam isso?
Não soube nunca que foi por ameaças, mas sim por questões de segurança. Sabia que tinha caído um avião russo e sabia que, de certa forma, poderia ter a ver com isso e com algum tipo de segurança. Mas ninguém esperava esse tipo de ataques que houve em França.

Não teme que a Liga inglesa seja condicionada com estas situações e que se assista a este tipo de atentados durante os jogos?
A Liga inglesa é das melhores do Mundo, das que mais espetadores e visibilidade tem. É uma liga atrativa também para isso. Mas acho que vai tudo realizar-se com normalidade e que esses episódios não aconteçam. Nos próximos tempos será quase certo que a segurança seja apertada e que tenhamos de ser mais cautelosos, mas nunca deixar de viver com normalidade por causa disto.