Nove golos em onze jogos. Orlando Sá vive um momento muito positivo no Legia Varsóvia e, também por isso, acalenta esperanças de que os ecos que vão chegando a Portugal sejam suficientes para convencer o selecionador Fernando Santos de que pode ser ele o homem golo que dizem faltar à equipa das quinas.
 
A verdade é que, nos últimos anos, o português tem assumido uma veia goleadora que ameaçou explodir nos primeiros tempos de profissional mas que tardou em confirmar-se. Na época transata, no AEL Limassol, do Chipre, fez 13 golos em 19 jogos.
 
Mudou-se para a Polónia a meio do ano, não teve o melhor arranque (um golo em sete jogos), mas, já adaptado, assumiu-se, de novo como goleador dos pés à cabeça. O registo atual coloca-o à frente de qualquer colega na equipa.
 
Referência na Polónia, Orlando Sá quer tornar-se, agora, um nome igualmente seguido em Portugal. Espera, por isso, que Fernando Santos lhe dê a oportunidade que tanto anseia.
 
«O mister Fernando Santos tem observado o meu desempenho esta época. Sei que ele precisa de jogadores que o possam ajudar e, por isso, eu vou continuar a fazer o meu trabalho, à espera que ele aposte em mim. Cabe a ele decidir. Eu sinto-me capaz de ajudar», garante, em entrevista ao Maisfutebol.
 
Foi incluído nas duas pré-convocatórias feitas pelo novo técnico da seleção, mas em ambas falhou a lista final. Não desanima. «Estas referências são um primeiro sinal, mas eu trabalho para estar na convocatória final», alerta.
 
Ainda assim, já é uma melhoria em relação a outros tempos. Com Paulo Bento nem na sua melhor fase no Chipre foi opção. «Nunca fui sequer pré-convocado», confessa.
 
E, por isso, questionador sobre o que pensa poder estar na origem da escolha do técnico, prefere mudar de assunto. «Não quero estar a falar disso. Não vou alimentar um tema ou associar o meu nome a alguém que nunca contou comigo. Não faz sentido», remata.
 
«Não vou trocar o Legia por um clube qualquer»
 
Ainda a propósito da seleção nacional, quisemos saber o que sente um avançado que vive uma boa fase, com golos, quando ouve ou lê que há falta de opções para o lugar na seleção? Para Orlando Sá, a culpa é de…Ronaldo. Ou melhor, da notória diferença de Ronaldo para os demais, o que faz aumentar os padrões de exigência dos espectadores.
 
«Portugal tem o melhor jogador do mundo e a seguir aparecem todos os outros. Há uma diferença evidente. No Real Madrid, o melhor do mundo joga com o Benzema, que é uma referência em França. Em Portugal, para a maior parte das pessoas, não temos um grande nome naquela posição. Mas eu acho que temos e sempre tivemos bons pontas de lança. Ainda recentemente tivemos o Pauleta, por exemplo», recorda.
 
Quanto a si e ao seu futuro, Orlando Sá sublinha que «gosta muito» de viver na Polónia e adora o seu clube. «Mas tenho 26 anos e não fecho a porta a outros desafios», admite.
 
«Agora, a sair tem de ser para melhor. Não vou trocar o Legia por um clube qualquer, por assim dizer. Não vou sair só porque não jogo sempre. Saio se aparecer um projeto melhor, porque já estou num grande clube», avisa.
 
Portugal seria hipótese? «Ficaria muito contente, claro. É o meu país. Já estou fora há alguns anos. Recebi algumas abordagens no passado, mas nunca houve uma abordagem em concreto que me fizesse voltar», explica.
 
A verdade é que Orlando Sá continua a ter alguns clubes interessados no seu concurso. Vai recebendo «abordagens e questões» e a continuidade do Legia não pode ser vista como um dado adquirido. Falta, aparecer, o projeto que o cative de vez. Ou um chamamento do coração.

E esse, frisa, tem dono. «É o Sp. Braga, claro. É o clube que me formou, o clube da minha família. Seria sempre uma prioridade para mim», admite, comentando ainda a possibilidade de um regresso a Portugal.