O Santos Laguna de Pedro Caixinha já garantiu o apuramento para os oitavos-de-final da Taça Libertadores. A equipa mexicana lidera o Grupo 8 com quatro vitórias e um empate em cinco jogos.

A goleada frente ao histórico Peñarol, por 4-1, selou a passagem para a próxima fase e manteve a formação do técnico português numa posição privilegiada.

«Na Libertadores, passam os primeiros e segundos de cada grupo mas quem tiver mais pontos fica numa posição favorável para os oitavos-de-final», começa por Pedro Caixinha, em entrevista à Maisfutebol Total.

Nesta altura, Santos Laguna contabiliza 13 pontos e não tem adversários com registo semelhante: «Somos, por assim dizer, o primeiro de toda a competição. Se terminasse agora, iríamos jogar contra o pior segundo classificado.»

A equipa mexicana visita o Arsenal de Sarandí na última jornada da fase de grupos e, face a este cenário, não vai relaxar. «Queremos vencer na Argentina para manter esta posição.» 

 
Colocar os jogadores em classe executiva

O Santos Laguna participa pela segunda vez na Taça Libertadores da América. Na estreia, há uma década, chegou aos quartos-de-final. «Queremos naturalmente igualar ou superar esse registo. Curiosamente, nessa altura, o Santos perdeu com o River Plate, onde jogava Lucho González.»

Pedro Caixinha está satisfeito com o rendimento da sua equipa. «Tivemos de estudar bastante os adversários, já que só o Peñarol era mais conhecido. Para além disso, as viagens obrigam a uma preparação cuidada.»

Os mexicanos venceram o Arsenal Sarandí em casa e rumaram pouco depois ao Uruguai. 0-2 na visita ao Peñarol. Seguiu-se a deslocação à Venezuela, para o embate com o Deportivo Anzoátegui (1-1).

«Na Venezuela o clima à volta do jogo não foi muito intenso, até pela situação que o país vive. Mas no Uruguai foi diferente, claro, e jogamos num estádio histórico, o Centenário», recorda.

Para além da qualidade dos adversários, a equipa técnica liderada por Caixinha teve de preparar longas deslocações. «Na Europa são viagens de quatro ou cinco horas no máximo, aqui é o dobro. Tentámos antecipar as viagens ao máximo e invertemos uma lógica.»

«Normalmente, os lugares na classe executiva eram para treinadores e diretores. Decidimos fazer ao contrário e ficarem 11 a 14 lugares para os jogadores, para descansarem ao máximo», explica o português. 

 
O campeonato e o pai no México como forcado

O Santos Laguna está no topo da Taça dos Libertadores mas tem espaço para crescer na Liga Mexicana. Os Guerreros ocupam a sexta posição, com 17 pontos em 12 jogos. O pódio, de qualquer forma, está a apenas três pontos.

«Temos um jogo importante já na sexta-feira, frente a uma equipa (Pumas Unam) que tem apenas mais um ponto que nós. A nossa pior fase não coincidiu com a participação na Libertadores, estamos dependentes de nós para subir na classificação e vamos lutar por isso», frisa.

Em fevereiro, o jornal local El Siglo de Torreon destacou o passado de Pedro Caixinha como forcado. Algo mais que uma mera curiosidade.

«Antes de mais, dizer que Portugal e México são os únicos dois países do mundo onde os forcados são permitidos. Aqui começou precisamente por influência de portugueses», explica o treinador.

A curiosidade gira em torno do ano de 1980. «O meu pai esteve no México como forcado nessa altura. Agora voltou e claro que foi um momento especial. Eu na altura era pequeno e não vim, mas lembro-me que ele levou-me uma bola do México.»

Pedro Caixinha foi apresentado no Santos Laguna a 21 de novembro de 2012 e está feliz com a experiência: «Estou a gostar bastante, a desfrutar desta experiência, da competição e sabendo que trabalho num clube espetacular como é o Santos Laguna. Veremos o que acontece».