Sebastián Coates foi eleito o melhor jogador da última época pelo Maisfutebol.

O capitão do Sporting foi o atleta mais pontuado na combinação entre os pontos atribuídos pelos jornalistas do Maisfutebol com as estatísticas do Sofascore: somou um total de 465 pontos, ficando à frente do colega de equipa Pedro Gonçalves, que teve 459.

Na terceira posição ficou Léo Jardim, guarda-redes do Boavista, com 453 pontos, seguido do portista Taremi, com 449, e do bracarense Galeno, com 445.

Ora no dia em que recebeu o prémio, Coates concedeu uma entrevista exclusiva, que serviu para falar, por exemplo, da liderança que impõe no balneário, da relação com os miúdos saídos de Alcochete e até do feitio de Nuno Santos. «As coisas dele fazem o clube ganhar um grupo forte.»

Passeando pelas redes sociais percebe-se que muitos adeptos o veem como uma espécie de pai dos miúdos do plantel. Aceita essa ideia de «pai» dos mais novos?

Sim, já percebi que olham para mim assim. Não sei se é bom, porque é sinal que estou a ficar velho [risos]. Há muitos jogadores com experiência no plantel que ajudam os mais novos, embora se calhar não se veja tanto dentro de campo, jogadores como o Neto, o Adán, o Feddal, o Antunes, que saiu entretanto. Mas a verdade é que estes jovens têm muita vontade de ganhar, têm muita ambição. Com a idade deles o normal se calhar era estar a desfrutar com os amigos, mas estão aqui a trabalhar no duro. Isso torna muito mais fácil liderar o grupo. Para além disso, este ano já temos um ano de trabalho juntos, já nos conhecemos melhor do que, por exemplo, acontecia o ano passado, tanto eu a eles como eles a mim, e isso é um ponto a favor de todos.

Qual é o miúdo que lhe dá mais dores de cabeça?

Nenhum me dá verdadeiramente dores de cabeça. Talvez eu tivesse mais preocupações com o Quaresma, porque joga na mesma posição que eu, com Inácio também, mas por exemplo, também brinco muito com o TT [Tiago Tomás], porque nos enfrentamos muitas vezes, ele é muito rápido e quando ganho uma bola tenho de lhe dar um toquezinho. Mas, lá está, todos eles têm uma grande ambição em estar neste clube e por isso é muito mais fácil para mim fazer coisas com eles.

Mas a verdade é que eles agora são miúdos campeões. Isso obriga-o a uma atenção especial para os puxar das nuvens?

Se calhar o normal seria isso, mas a verdade é que não tem sido preciso. Eles sabem que o que se passou, já foi, já está lá atrás. No futebol tanto estás em cima como logo a seguir estás em baixo. Até agora não foi preciso fazer nada de especial e acho que não vai ser necessário. São muito focados e responsáveis.

No fim do último jogo, o Ruben Amorim disse que a família do Nuno Santos não precisava de ficar preocupada, que ele estava chateado era com o treinador. Tem sido mais difícil ao capitão acalmar o feitio do Nuno Santos?

Não, não, nada disso. O Nuno Santos tem essa forma de ser, mas não é por jogar ou não jogar. Ele é assim por tudo. É assim se o pequeno almoço está frio, é assim se a água está quente, ele brinca com tudo. É o feitio dele e esse feitio dele faz com que o grupo tenha um bom ambiente. Nós precisamos dele assim. Por exemplo, o ano passado estávamos a ganhar, e a ganhar, e a ganhar. Se alguém em algum momento relaxasse, ele estava sempre à procura de razões para criticar e para falar. Essas coisas fazem um clube ganhar um grupo forte. Talvez para o treinador esse tipo de jogadores seja mais difícil, mas ele reclama sempre pela positiva: nunca se queixou de nenhum companheiro, nunca se queixou de nenhum treino, é uma pessoa espetacular dentro do plantel.

O Paulinho no ADN de Leão dizia isso, que fazem falta num plantel jogadores como o Nuno Santos e o Pote...

Sim, estão sempre insatisfeitos, mas não é por causa de jogar ou não jogar, ou por causa do treino. É por tudo, pela vida. Mas estão sempre a arrancar um sorriso a todos e fazem bem ao grupo.