Estórias Made In é uma rubrica do Maisfutebol que aborda o percurso de jogadores e treinadores portugueses no estrangeiro. Há um português a jogar em cada canto do mundo. Este é o espaço em que relatamos as suas vivências. Sugestões e/ou opiniões: rgouveia@mediacapital.pt ou djmarques@mediacapital.pt

Ivo Rodrigues proporcionou-nos um retrato fidedigno de como a Bélgica está a viver a pandemia da covid-19 que interrompeu a transcendente temporada que o Antuérpia estava a realizar. A equipa do norte da Flandres estava no terceiro lugar da classificação, a lutar por um lugar na Liga dos Campeões, e já qualificada para a final da Taça. O jovem extremo fala ainda da sintonia com Aurélio Buta no corredor direito e da forma como Steven Defour ainda «arranha» o português, ao contrário de Sinan Bolat que só não esqueceu os «palavrões». Também nos falou do «feitiozinho» difícil do treinador Laszlo Bölöni, do «carácter» de Luís Castro e das palavras inesquecíveis do capitão Jackson Martínez na única vez que subiu ao relvado do Dragão.

Marcámos encontro para o final da tarde, 19 horas em Lisboa, mais uma hora em Antuérpia. A conversa começou com um som estridente, compassivo e metálico. Por esta hora, todos os dias, os belgas vão à janela fazer barulho com panelas em homenagem aos profissionais de saúde que estão na linha da frente no combate à pandemia. Um sinal dos tempos. A conversa tinha de começar por aí, mas depois correu, fluída, por outros caminhos.

O último jogo já foi há mais de um mês, como tens vivido estes últimos dias?

Tenho estado em casa, só saio quando é mesmo necessário, para fazer compras. Tenho treinado todos os dias, só à noite é que saio para fazer oito quilómetros de corrida, como está nos planos de preparação do clube. Tenho de sair com algum cuidado porque agora aqui está bom tempo e há muita gente na rua. Aqui há muita gente que não respeita o período de confinamento e agora com bom tempo ainda pior. Mesmo à noite, tenho de ter cuidado quando vou correr. 

Tens família em Portugal, notas diferenças na forma como os dois países estão a lidar com a pandemia?

É diferente, pelo que tenho ouvido e visto, penso que aqui há um pouco de falta de transparência. Comparativamente, até são dois países basicamente com o mesmo número de habitantes, mas aqui já morreram mais de 2,100 pessoas e estes números até são por baixo, já são de ontem, e de certeza que já morreram mais [já passaram dos 3000]. Em Portugal o cenário não é assim tão mau. As restrições aqui demoraram a aparecer até porque o governo estava, e ainda está, em mudança, portanto foi mais difícil saírem restrições. E aqui as pessoas não têm acatado como têm acatado em Portugal, disso tenho a certeza.

Portugal tem sido elogiado pela forma como está a lidar com a pandemia, também já ouviste elogios por aí?

Sim, sim, ainda hoje vi uma reportagem com os comentadores a dizer que em Portugal as pessoas souberam prevenir esta situação, souberam agir e reagir. Isso foi fundamental. Agora é preciso dar continuação a isto e não deitar tudo a perder. Há outros países numa fase muita critica, muita gente já morreu como todos sabemos. Se a quarentena se mantiver, não é bom para ninguém, mas salva vidas.

O Anderlecht anunciou que os jogadores vão voltar a treinar nas instalações do clube. Sentes que há uma pressão da parte dos clubes para o regresso à normalidade?

Todos os clubes querem voltar, mas sinceramente não acredito nisso, a situação é muito grave e é nisso que temos de pensar. O mais importante é a nossa saúde. Sem jogar não há dinheiro, não se fazem negócios, e os clubes fazem uma pressão para se voltar a jogar. Mas penso que essa não será a melhor ideia, ainda há muita gente infetada, ainda há muitos focos de contágio. Aqui não se sabe bem como está a situação, vai haver uma reunião no dia 15 (quarta-feira) para se decidir se o campeonato vai definitivamente parar ou não. Também falta decidir a final da Taça. Nós estamos na final com o Club Brugge. Vamos esperar por dia 15 [a reunião foi, entretanto, adiada para dia 24 de abril]. Tinha ideia de ir para Portugal, mas o clube, de certo modo, proibiu-nos e mantive-me por aqui. Mas tenho a esperança de receber a notícia de poder ir ver a minha família. Sei que vai ser difícil, as estradas estão fechadas e os voos também estão complicados, mas era o que mais queria.

No início deste mês de abril, a liga belga propôs o cancelamento do campeonato. Como jogador, como viste essa opção?

Fiquei um pouco triste porque neste momento estávamos em terceiro, a dois pontos do Gent com mais dois do que o Charleroi, o campeonato estava muito renhido. Esta época tínhamos o objetivo de chegar ao segundo lugar, o clube mexeu bem e temos realmente uma boa equipa. Claro que fico triste por a equipa não poder continuar a lutar pelos objetivos da época, que seriam a Taça, em primeiro lugar, e depois conseguir ir à Champions. Assim, se for interrompido, isso cai um bocado por terra. Mas, por outro lado, é como digo, o futebol neste momento tem de passar para segundo lugar. Mas claro que ficou triste, porque individualmente também estava a fazer uma boa época e queria dar seguimento a isso.

Caso o campeonato seja mesmo cancelado, achas que o título fica bem entregue ao Club Brugge [tem 15 pontos de vantagem sobre o segundo classificado a uma jornada do final da fase regulamentar]?

O Club Brugge é uma equipa muito grande aqui na Bélgica. É um clube que a nível de títulos e mesmo na qualidade do plantel que está um pouco acima dos outros. Neste campeonato, a única derrota que tem foi contra nós. Ganhámos 2-1 em casa, mas de resto não perdeu mais nenhum jogo, ou seja, isso diz muito do que é o Brugge, pelo menos este ano, na Bélgica. O ano passado perdeu para o Genk e ficou em segundo lugar, mas este ano a diferença é muito grande. Portanto, a mim não me aflige muito quererem dar o título ao Brugge, até porque já ia com 15 pontos de avanço. O campeonato aqui tem outro formato [há um play-off de apuramento de campeão entre os seis primeiros classificados da fase regular] e os pontos ainda iam ser divididos ao meio, mas é uma equipa fortíssima e, apesar de tudo, provou, nesta fase regular, que mereciam o título. Claro que, depois, na fase de apuramento de campeão tudo pode mudar, como é óbvio, mas não é isso que me aflige. Na minha sincera opinião, nós sermos campeões ia ser muito difícil devido à distância pontual, mas o que me deixa mais triste é não poder lutar pelas competições europeias, neste caso pela Liga dos Campeões.

Além do campeonato, o Antuérpia está qualificado para a final da Taça. Achas que vai ser possível jogar-se a final?

Pelo que me informei, a ideia deles será jogar a final da Taça em agosto, na altura em que se jogaria a Supertaça. Ou seja, querem substituir a Supertaça pela final da Taça. É um bocadinho estranho porque, nessa altura, muitos jogadores provavelmente já não vão estar no clube. É estranho teres jogadores que fizeram o percurso todo, depois não jogam a final, mas penso que é essa a ideia que eles estão a formular.

No campeonato, faltava apenas uma jornada da fase regular. Ias defrontar o Mouscron do Diogo Queirós que também foi formado no FC Porto. Alguma relação especial com o Diogo?

Não chegámos a jogar juntos porque ele era mais novo, ele chegou a jogar na equipa B, mas eu já não estava lá. Conheço-o bem, simpatizo muito com o Diogo, mas não temos muita ligação. Por coincidência temos o mesmo empresário, até é por isso que nos conhecemos. Já privei com ele, já me cruzei com ele várias vezes, mas ele vive em Waregen e eu vivo em Antuérpia, é uma distância de mais de uma hora, nunca deu para combinar nada. Teria todo o gosto, mas ainda não aconteceu.

Já na tua equipa, tens um benfiquista, o Aurélio Buta.

Dou-me muito bem com o Buta, temos uma relação excecional, tanto fora como dentro do campo. É um miúdo com muita qualidade, ainda muito novo [23 anos]. De certeza que vai dar o salto, estou a torcer por ele.

Jogas preferencialmente pela esquerda, mas esta época tens jogado muitas vezes na direita, na mesma ala do Aurélio Buta.

Sim, jogamos muitas vezes juntos, apesar de não ser o meu corredor preferencial, prefiro jogar à esquerda, mas o treinador aqui joga comigo à direita, portanto cruzo-me muito com o Buta. Jogamos muitas vezes juntos.

Este ano até já fizeste uma assistência para o Buta…

Sim, foi contra o Zulte Waregen. Jogamos muitas vezes juntos, as pessoas aqui gostam de nos ver juntos no lado direito.

No plantel tens outros jogadores que já passaram por Portugal. O Bolat e o Steven Defour. É um bom balneário?

É. Claro que, como todas as equipas, existe um problema ou outro, mas no geral temos um grande ambiente. Tanto o Bolat como o Defour são jogadores que já têm uma carreira considerável, principalmente o Defour que faz agora 32 anos. São jogadores que já fizeram muito no futebol, mas são pessoas super-humildes que trazem bom ambiente ao clube e eu estou muito feliz por os conhecer e por partilhar o balneário com eles. Trazem experiência, qualidade e, acima de tudo, trazem bom ambiente. Por acaso dou-me com os dois, tanto com um, como o outro, fora do campo. Estamos muitas vezes juntos.

Ainda falam português?

O Defour ainda arranha, o Bolat só sabe os palavrões [risos]. Mas, entre o inglês e o francês, vamos falando uns com os outros, sem problemas.

O treinador, Laszlo Bölöni, também tem uma forte ligação a Portugal. Continua a ser o último campeão pelo Sporting…

Um grande feito, sem dúvida [risos]. O treinador tem esse grande marco na carreira dele. Toda a gente o conhece, entre aspas, por ter sido o último treinador campeão pelo Sporting, mas claro que é um treinador com um currículo muito grande, principalmente aqui na Bélgica. Tem muita experiência, mas também tem um feitiozinho…um bocadinho à Jorge Jesus. Nunca treinei com o Jesus, mas conheço muitas histórias. Identifico o Bölöni um bocado com o Jesus, mas é um treinador que passa muita experiência e claro que tem qualidade, senão não teria feito o que fez na sua carreira.

O Bölöni, enquanto esteve em Lisboa, fez um grande esforço para falar português. Ainda «arranha» como o Defour?

Fala um português um bocadinho mau, mas percetível. Tenta falar connosco em português, mas quando queremos ter uma conversa mais longa ou mais séria, acabamos por falar em inglês ou francês. Mas quando são situações curtas ou brincadeiras ele fala português.

Esta já é a tua terceira época em Antuérpia, o que nos podes dizer sobre a cidade?

Vivo aqui com a minha namorada. É uma cidade histórica, mas ao mesmo tempo muito jovem, tem muitas faculdades. É uma cidade bonita e penso que aqui na Bélgica seja a cidade mais apetecível para se viver. É uma cidade com uma forte ligação ao clube, o estádio todas as semanas está cheio. É uma cidade limpa, muito bem organizada, apesar de nestes últimos dois anos terem feito muitas obras, mas está a ficar uma cidade muito apetecível. Há muito turismo no centro da cidade e os belgas são um povo muito limpo, muito organizado. Gosto de viver aqui. Já são três anos, ambiciono ver outras coisas e ter outras perspetivas, mas é uma cidade muito porreira para se viver. Nada como o Porto, mas aqui na Bélgica penso que é a melhor cidade para se viver.

Falaste no Porto, estavas a acompanhar a liga portuguesa antes da suspensão?

Acompanho tudo, até acompanho mais a liga portuguesa do que a liga belga.

O FC Porto tem mais um ponto do que o Benfica, seria mais complicado cancelar o campeonato e atribuir o título ao líder, como na Bélgica, não?

Ui, ui… [risos]. Não vão dar, não acredito. Vai ser muito complicado. Já sabemos como é a situação em Portugal, a rivalidade, infelizmente, tem poucos limites. Vai ser muito difícil chegar a um acordo desses, vão ter de terminar o campeonato, demore o tempo que demorar. Será impensável dar o título ao FC Porto apenas com um ponto de vantagem, ainda por cima tendo o histórico tão recente em que o FC Porto, ainda há pouco tempo, estava a sete pontos. Vai ser muito complicado, mas tenho acompanhado, é um campeonato que gosto de ver, tenho lá muitos amigos a jogar. Não tenciono voltar tão cedo, mas gosto de ver.

Fizeste praticamente toda a formação no FC Porto, lamentas, de alguma forma, não ter tido mais oportunidades para chegar à equipa principal?

Lamento por dois lados. Lamento por mim, podia de certo modo ter alcançado mais coisas, mas também lamento a escassez de oportunidades que tive porque olho para este momento e penso que seria mais fácil chegar à equipa principal do que há cinco ou seis anos, quando eu estava lá.

És da geração de 1995 em que o FC Porto tinha um grande grupo na formação. Tinha o Rúben Neves, André Silva, Gonçalo Paciência, Rui Pedro, Bruno Costa, Ricardo Pereira, Tozé, Rafa Soares…

Tínhamos uma equipa excecional nos bês. Eu ainda era júnior, mas tínhamos também o Tiago Ferreira, o Pedro Moreira, o Kayembe que agora também está aqui na Bélgica [Charleroi], o Gonçalo [Paciência], o André [Silva]. Tínhamos muitos bons jogadores, o Victor Garcia que chegou a jogar na equipa A. Mas nessa altura era muito mais difícil. Até fizemos um segundo lugar na II Liga, atrás do Moreirense, mas era muito difícil chegar à equipa A. Eu ainda cheguei pela mão do Lopetegui, joguei na Taça da Liga, mas nunca senti que fosse aposta consistente, nunca senti a confiança do treinador.

Fizeste esse jogo na Taça da Liga, frente ao União da Madeira, foi o teu primeiro jogo no Dragão?

Foi o meu primeiro e único jogo. Infelizmente lesionei-me aos 40 minutos e fui substituído pelo Ricardo Quaresma.

Como é que foi a sensação de subir ao relvado no Dragão?

Foi excelente, apesar do estádio estar meio vazio. Lembro-me de subir para o aquecimento e ficar a olhar à volta, a ver o tamanho do estádio. Nunca tinha jogado lá, só tinha sido apanha-bolas, foi muito especial. Mas o jogo ficou-me na memória por me ter magoado. Depois disso não tive mais oportunidades, fui emprestado e pronto.

Nesse jogo recebeste algum conselho especial, do treinador ou dos jogadores mais velhos?

Tive uma frase do Jackson [Martínez] que nunca mais me esqueço. É a única que me lembro, deve ter sido a única que me marcou. Antes do jogo, o Jackson notou que eu poderia estar um bocadinho mais nervoso e aconselhou-me a ficar calmo e a jogar o que jogava na equipa B. Todos sabiam o que jogava na equipa B e, quando chegasse ali, tinha de fazer o que sabia, porque o ambiente era só artificial e tudo ia correr bem. O Jackson na altura era capitão, um símbolo grande do clube, um jogador super-profissional, de quem toda a gente gostava. Foi o melhor marcador da equipa durante três anos seguidos e isto, vindo dele, que era uma pessoa que nos treinos e no dia-a-dia não tinha muita ligação, porque ele era uma pessoa reservada, marcou-me. Num momento tão importante, que é quando se deve falar, ele foi diferente. Houve outros que falavam muito noutras alturas, mas naquele momento não me ajudaram. Foi ele que teve uma atitude que me marcou muito, falou-me num momento importante e ajudou-me.

O Luís Castro foi um treinador importante no teu percurso, mas depois passaste ainda, por empréstimo, pelo V. Guimarães, Arouca e Paços de Ferreira. Houve mais treinadores marcantes na tua carreira?

O Luís Castro, sem dúvida, foi o treinador que me lançou, deu-me muita confiança, penso que foi o treinador que mais gostou de mim até hoje. Mas também tive um ano fantástico com o Lito Vidigal, no Arouca. Foi um treinador que me mostrou um lado diferente do futebol, um lado de mais trabalho. No Guimarães, com o Rui Vitória, praticamente não joguei. Cheguei no final de janeiro, estive cinco meses e o Rui Vitória foi um treinador um bocadinho à parte, não tivemos uma grande relação. No ano seguinte tive de rumar para o Arouca, um pouco contra a vontade do Luís Castro que queria ficar comigo na equipa B, no ano em que eles até foram campeões na II Liga. No Arouca, o Vidigal fez-me entender que o futebol não é só talento, não é só boa-vida. Trabalhei muito nesse ano com ele e foi muito bom para mim essa época, fez com que regressasse mais uma vez ao FC Porto. Depois no Paços estive três ou quatro meses com o Vasco Seabra, que neste momento está na II Liga [Mafra], que também me marcou pela pessoa que era e pelas ideias que me transmitiu mesmo sendo tão jovem. Também me ficou na memória e mantenho uma relação fantástica com ele.

Voltando ao Luís Castro, ficaste surpreendido com o percurso dele? Agora está no Shakhtar Donetsk, joga na Liga dos Campeões…

Sinceramente, não fiquei. Lembro-me de um episódio com ele quando foi o meu primeiro treino com a equipa A. Eu era júnior, estava na equipa B e o Luís Castro era o nosso treinador. Mas quando o Paulo Fonseca foi despedido, o Luís Castro subiu à equipa A. Logo no primeiro treino, chamou-me a mim, ao Tozé, ao Gonçalo Paciência e ao Mikel Agu. A maneira como ele interagiu com o grupo foi incrível. Era o primeiro dia dele e, frente ao presidente [Pinto da Costa] que estava lá no balneário, fez um discurso muito forte. Disse “eu sei que vim da equipa B e vocês são jogadores da equipa A”, logo ali cortou as diferenças. Eu já sabia que ele tinha qualidade, mas naquele momento também vi o carácter dele. Uma coisa é os treinadores trabalharem na formação onde encontram muitos jovens. O pior é quando encontram muitos egos, jogadores com outro tipo de carreiras em que o futebol às vezes até passa para segundo plano. Ele chegou ali e mostrou logo um grande carácter, uma palavra forte logo no primeiro dia. Fiquei um pouco apaixonado, já estava porque a relação que tinha com ele era muito boa. A partir daí, vi o percurso dele no Rio Ave e no Vitória. Sabia que, pela postura dele, estava muito mais perto de chegar ao sucesso. É uma pessoa que sabe estar, principalmente em Portugal, onde se fala muito nas arbitragens e das rivalidades. Ele, com a postura que tem, um pouco à semelhança do [Carlos] Carvalhal no Rio Ave e do treinador Famalicão, faz com que fique mais perto do sucesso. Depois tem a qualidade que sempre apresentou. É um treinador que gosta de jogar e está numa equipa grande que gosta de jogar. Depois do sucesso que teve no Guimarães, o Shakthar é um grande clube. Foi um salto significativo, mas está mais provado que foi um salto bem dado.

Voltando à atualidade, já disseste que tinhas saudades de Portugal, tens mais um ano de contrato com o Antuérpia, o que esperas para o futuro próximo?

Sobre isso, entra sempre a questão monetária, por mais que as pessoas não gostem de falar nisso, é sempre importante, principalmente na profissão de um jogador de futebol que acaba cedo. O que penso é que estou muito bem aqui, o clube gosta de mim, as pessoas aqui gostam de mim, sinto-me acariciado como nunca senti em Portugal. É um clube grande que tem crescido muito na Bélgica. Já falámos por alto, mas ainda não sei se me vão propor um novo contrato. É nisto que me baseio um bocado, estou dependente do clube, dependente do que se vai passar por causa do vírus. Não sei quando vamos voltar a jogar. É uma questão tão relativa que não sei como responder. Mas penso que não vou voltar a Portugal tão cedo. Depois de uma boa época aqui, penso que o salto será para outro país e não para Portugal.

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