O presidente norte-americano George W. Bush admitiu esta quarta-feira que o plano de salvamento do sistema bancário proposto pela sua administração está a provocar acesos debates no Congresso mas prometeu um projecto sólido, «quando tudo for dito».

«O nosso processo legislativo é feito de negociações», disse Bush, citado pela agência «Lusa», garantindo que «no final haverá um plano sólido».

O presidente norte-americano falava antes de uma reunião sobre comércio mundial na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Anunciado no final da semana passada, o plano, actualmente em discussão no Congresso, prevê dedicar até 700 mil milhões de dólares (cerca de 475 mil milhões de euros) de dinheiro público para comprar activos invendáveis acumulados pelos bancos durante a última "bolha" imobiliária.

Os líderes parlamentares estão a analisar formas de alterar este plano de salvamento de Wall Street depois de se ter tornado claro que a proposta do secretário do Tesouro Henry Paulson está a encontrar resistências quer entre legisladores Democratas, da oposição, e Republicanos, o partido do presidente Bush.

Os líderes democratas no congresso e no senado estiveram reunidos até altas horas terça-feira para delinear novas estratégias, incluindo a possibilidade de aprovar somente uma fatia inicial de 150 mil milhões de dólares (cerca de 102 mil milhões de euros) para o governo iniciar a recompra de activos «tóxicos» às instituições financeiras.

O senador Charles Schumer, de Nova Iorque, o número três da liderança democrática no Senado, disse que Paulson não terá tempo suficiente para usar a totalidade dos 700 mil milhões de dólares antes do final da administração republicana de Bush, no dia 20 de Janeiro próximo.