Em conferência de imprensa, os responsáveis da Donpiso consideraram que o mercado imobiliário em Portugal «já bateu no fundo» e que vai, a partir de agora, «passar por um momento muito agradável, em que vai estabilizar através da procura externa».
«A queda da procura provocou uma desaceleração do aumento dos preços que resultou num arrefecimento progressivo no mercado imobiliário», disse Artur Cardoso, um dos sócios do master franchisado em Portugal, da sociedade Gefranque, acrescentando que, «depois do boom dos últimos anos, o mercado imobiliário encontra-se numa situação que se pode classificar como de estabilização e ajustamento. O abrandamento que o sector está a conhecer, serviu para dissipar por completo as especulações sobre a existência de uma bolha imobiliária».
A desaceleração da subida dos preços e o aumento das taxas de juro que afectará ao longo deste ano o poder aquisitivo das famílias são alguns dos factores que têm provocado essa ligeira recessão do mercado, acrescentou.
Segundo a Donpiso, a capacidade de endividamento das famílias está em máximos históricos, sendo precisos mais de dois anos de salários familiares do que anteriormente, para se adquirir uma casa de habitação. Ou seja, as famílias portuguesas têm de trabalhar mais dois anos para pagar uma casa do que acontecia há alguns anos atrás.
De resto, outro dado significativo apresentado pela imobiliária é que «o sinal para se comprar uma casa aumentou 75% nos últimos 5 anos», ou seja, os portugueses têm de desembolsar muito mais dinheiro logo no início do processo.
Apesar da crise, «a actividade na construção tem estado animada, sobretudo pelo fenómeno da imigração», apontou ainda Artur Cardoso.
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