Nas previsões económicas do Outono, divulgadas em Novembro passado, Bruxelas previa um crescimento de 2 por cento para Portugal em 2008, enquanto Lisboa estimava, em Dezembro, no Programa de Estabilidade actualizado, um aumento da riqueza de 2,2% para o corrente ano.
Esses valores significavam um aumento do ritmo de crescimento económico português quando comparados com os 1,9% verificados no ano passado (2007).
Em Janeiro, o Banco de Portugal também antecipava um crescimento de 2% para 2008, mas no início de Abril o governador dessa instituição, Vítor Constâncio, disse que esse valor iria ser revisto em baixa.
Entretanto em Fevereiro, a Comissão Europeia baixou as suas previsões de crescimento económico para 2008 para o conjunto da UE e Zona Euro em 0,4 pontos percentuais, para 1,8 e 2 respectivamente, identificando como causas as perturbações nos mercados financeiros, abrandamento significativo nos Estados Unidos e preços elevados das mercadorias.
Revisão não deverá ser tão pessimista como a estimada pelo FMI
Segundo fonte comunitária, a revisão em baixa esperada para o crescimento económico não deverá ser tão pessimista como a estimada a 09 de Abril último pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que previu um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 de 1,3% em Portugal e 1,4 na União Europeia (UE).
Por outro lado, alguma expectativa para saber qual será a previsão de Bruxelas para o défice orçamental português em 2008 depois da redução acentuada de 3,9% em 2006 para 2,6 em 2007, enquanto Lisboa estima que no final do corrente ano esse valor poderá ser de 2,2%.
A Comissão Europeia tem afirmado a sua intenção de propor já em Maio a saída de Portugal da lista de países em «défice excessivo» (acima dos 3%) se esta segunda-feira se confirmar a continuação em 2008 da trajectória descendente do desequilíbrio orçamental.
O executivo comuitário apresenta duas vezes por ano, Primavera e Outono, previsões económicas para cada um dos Estados-membros da União Europeia, assim como números globais para os 27 e a Zona Euro (15 países).
Bruxelas publica segunda-feira as previsões até 2009 com números para o crescimento económico, inflação e emprego, assim como a dívida pública.
Bruxelas também publica previsões intermédias duas vezes por ano a fim actualizar o crescimento esperado do PIB e a inflação baseando-se apenas em dados fornecidos pelos maiores Estados-membros.
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