O Governo espanhol prometeu esta quarta-feira, pela voz do secretário de Estado das Finanças e do Orçamento, Carlos Ocaña, que não subirá nenhum imposto em 2009.

O Executivo do país vizinho promete manter algumas das medidas aprovadas para ajudar os cidadãos espanhóis a fazerem frente à crise, como a dedução de 400 euros no IRPF (semelhante ao IRS), o que, por si só, representará uma poupança de 5.400 milhões de euros para os espanhóis.

Apesar de não subir nenhum imposto, o Governo de José Luís Zapatero, prevê um aumento de 6,7% nas receitas do IRPF e de 4,8% na cobrança de IVA. Já o imposto sobre sociedades deverá resultar num encaixe 15,1% inferior.

Contas feitas, as receitas fiscais espanholas no ano que vem deverão baixar 11,1%.

Ocaña sublinhou que o Governo espanhol usou toda a margem possível no Orçamento para injectar o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), a través de uma série de medidas orçamentais conjunturais aplicadas até agora, numa tentativa de suavizar o impacto da crise nos sectores e grupos sociais mais afectados.

Défice vai subir para 1,5% mas Espanha diz que é facilmente tratável

Quanto ao défice, o secretário de Estado admitiu que será «substancial», de 17.100 milhões de euros, ou seja, 1,5% do PIB espanhol, mas considerou que o mesmo é «assumível e será tratado com relativa comodidade», graças ao saneamento das contas públicas alcançado ao longo da legislatura.

Ocaña classificou como «crise» a situação vivida pela economia espanhola. «Estamos razoavelmente optimistas quanto à situação espanhola», disse, admitindo que «virão aí trimestre «maus», mas confirmando que existem «fundamentos sólidos para sair da crise».