O presidente do sindicato dos jogadores (SJPF), Joaquim Evangelista, afirmou nesta quarta-feira que a situação financeira dos clubes «é mais grave» que antes e que corre-se o risco de «atingir um dito grande ter um efeito dominó».

O sindicalista considerou que «esse é que é o grande problema do futebol português» e que esse cenário «pode suceder».

Evangelista explicou depois, à «Lusa»: «É público que as contas dos clubes estão no vermelho. Acho que nenhum clube pode dizer com segurança que está melhor que o outro. As vicissitudes do futebol também não nos permitem saber como a situação pode evoluir. O que estou a dizer é que temos de ter consciência da realidade.»

Assim, o presidente do sindicato aponta que uma redução salarial seria uma boa medida para evitar a falta de pagamento de ordenados, que pode levar a problemas maiores. «É preferível baixar salários, mas que os paguem a tempo e horas», declarou.

«O Sindicato já o disse a vários dirigentes e já chega de dizer que a culpa é dos jogadores, porque a última palavra é do dirigente», prosseguiu Evangelista.

Desemprego a aumentar

«Só subscreve um contrato de 50 mil euros o dirigente que o quiser fazer, não é o jogador que o obriga», sublinhou, para acrescentar: «O clube que não pode pagar 50 paga 40. Tem é de honrar as suas obrigações.»

Joaquim Evangelista refere que há clubes com ordenados em atraso, mas escusou-se a revelar quais. No entanto, admite que «possa haver reações» e que o «sindicato estará sempre na primeira linha» delas, em defesa dos futebolistas.

O presidente da Liga, Mário Figueiredo, prometeu alargar as ligas profissionais, aquando da campanha eleitoral para o lugar. «Não vislumbro nenhuma vantagem nisso», assumiu o sindicalista, que não entende como os dirigentes «acreditam nestas promessas».

A concluir, Evangelista relata que o futebol tem os mesmos problemas de desemprego que o resto dos setores da sociedade. «O desemprego aumentou e há jogadores a emigrar, há jogadores a praticar futebol de forma amadora e temos muitos jogadores que tiveram de mudar de profissão», contou.