Como combater a ansiedade? Uma questão importante para o F.C. Porto numa semana em que os azuis e brancos recebem o Sp. Braga e têm à frente uma adversidade: a aparente fragilidade expressa nos jogos em casa. O dragão perde mais pontos no seu próprio reduto do que fora. Um dos sintomas: a ansiedade, «algo que se pode trabalhar nos treinos», como explica ao Maisfutebol Jorge Silvério, doutorado em psicologia do desporto.
Uma das regras passa por «substituir pensamentos». Uma forma de criar imagens positivas na mente dos atletas e «lembrar-lhes os jogos em casa em que as coisas correram bem». Assim se pode contornar o nervosismo. Há outras técnicas «como o relaxamento» para serenar os ânimos mais tensos. A ansiedade também pode ser combatida pela «visualização de situações que acontecem nos jogos». Uma perspectiva importante para acabar com a incerteza, aquilo que muitas vezes perturba o atleta: «O que vai acontecer? O que pode acontecer?» São questões que se colocam antes de um desafio de futebol.
Estas técnicas resumem-se «ao controlo emocional» tão bem estruturado por José Mourinho e que servia de modelo para os jogadores saberem ultrapassar as situações mais adversas. Por exemplo, o F.C. Porto também perdeu o jogo com o Boavista porque ficou reduzido a dez unidades por expulsão de McCarthy. «Isso pode trabalhar-se nos treinos. Colocar dez jogadores de um lado e onze do outro, exibir cartões e marcar faltas injustas», adiantou Jorge Silvério que não está surpreendido com a ansiedade verificada esta temporada, tendo em conta um conjunto de factores que começou com a ida de José Mourinho para o Chelsea e também passou pela entrada e saída de vários atletas.
Aliás, foi Narcis Juliá, adjunto de Victor Fernández, o primeiro a reconhecer a existência de ansiedade. «O que me espanta é as pessoas reconhecerem-na e não recorrerem a um especialista nessa área para resolver o problema».