Maniche

Os problemas físicos parecem não afectar um grande jogador, que foi um dos melhores num jogo sempre marcante. Maniche aproveitou o apagamento de Diego e Derlei, para além da preciosíssima ajuda de Costinha, para brilhar intensamente. Assumiu o controlo da equipa, distribuindo jogo pelas alas e pelos avançado, e ainda teve tempo para rematar com muito perigo. Teve o golo nos pés por duas vezes, mas na primeira atirou ligeiramente por cima da barra e na segunda viu o seu forte remate ser desviado por um defesa. Os especialistas japoneses reconheceram-lhe a qualidade e elegeram-no o melhor homem do jogo. Maniche, apesar da grande penalidade falhada, a chave é tua.

Henao

Um guarda-redes à moda antiga, que se foi afirmando como uma figura proeminente no encontro. De estilo exuberante e, por vezes, pouco eficaz, esteve algo temerário durante a primeira parte, mas no segundo tempo foi gigante, parando espectacularmente remates de McCarthy. Motivado, soltou-se e revelou os dotes que o definem como a «aranha», capaz de estender os braços até distâncias inimagináveis (com respectiva extensão aos postes, esses sim os verdadeiros protagonistas deste jogo). Durante o prolongamento apurou os seus dotes de palhaço, passando tempo a dominar bolas no peito e dar pequenas cabeçadas, o que motivou a risada geral. Nos penalties foi muito apoiado por adeptos e colegas, mas não defendeu uma única, deixando a imagem de guarda-redes que só serve para a fotografia.

McCarthy

Benni queria o Toyota e fez tudo para o merecer. Convencido, como nunca, das suas enormes capacidades, partiu para uma grande exibição, que poderia ter sido ainda mais marcante caso não tivesse acertado na barra, mas nas redes da baliza. E McCarthy até marcou, mas por duas vezes os árbitros auxiliares anularam os lances. Primeiro, de forma correcta (embora seja mesmo no limite), no segundo erradamente, o que prejudicou tremendamente o F.C. Porto.

Luís Fabiano

Talvez espicaçado pelo impacto que a sua entrevista polémica provocou na comitiva portista que esteve no Japão, o brasileiro entrou de raiva no jogo e esteve muito perto de marcar logo aos 17 minutos. Dominou no peito uma bola enviada por Seitaridis e rematou à barra. Foi o primeiro aviso dos portistas e com Luís Fabiano como grande protagonista. Continuou a trabalhar muito para estar no sítio certo, mas começou a acusar algum desgaste físico, apagando-se, o que motivou a substituição por Quaresma aos 78 minutos.

Derlei

Abnegado, como sempre, não foi o jogador que Fernández desejava. Colocado por detrás de Luís Fabiano e McCarthy, não agarrou o jogo, o que forçou a equipa a encontrar novos caminhos para o sucesso. Quase marcou aos 39 minutos, mas também ele acertaria na barra, no lance mais incrível do encontro, em que McCarthy e Luis Fabiano também não conseguiram acertar nas redes. Percebendo o apagamento de Derlei, Fernández viria a substituí-lo por Carlos Alberto aos 68 minutos.

Diego

Muito marcado pelos dois jogadores mais defensivos do meio-campo do Once (Velásquez e Arango), sentiu enormes dificuldades para assumir a arrumação táctica da equipa. Falhou muitos passes, em duas ocasiões lançou o contra-ataque do adversário, e raramente conseguiu apresentar desequilíbrios. Apesar das dificuldades, nunca desistiu de tentar abrir brechas, tendo ganho algum espaço com a entrada de Carlos Alberto. Viria, porém, a ser premiado, apontado o primeiro golo do F.C. Porto nos penalties e logo foi ajustar contas com Henao. Pena foi ter visto o cartão vermelho, o que afastou da cerimónia de entrega da Taça.