A assembleia geral do F.C. Porto já se aproximava do fim, estava-se no quarto ponto da ordem de trabalhos, um ponto que reserva meia-hora para discussão de outros assuntos não agendados. Basicamente eram trinta minutos abertos ao debate de ideias propostas por qualquer associado que tivesse alguma coisa a dizer.
Entre um orador que pedia bilhetes mais baratos e outro que queria mais ingressos para os familiares de sócios, apareceu um último com uma proposta curiosa. Sardoeira Pinto, na conferência de imprensa, não revelou o nome do senhor, revelou apenas a proposta: que os jogadores rematassem de forma diferente.
O associado em causa é um estudioso da física e apresentou um cálculo de probabilidades que revela que cada remate tem 50 por cento de hipóteses de dar em golo. Ora o estudo do físico, cuja argumentação não foi revelada, passa exactamente por optimizar essa percentagem de sucesso.
Para tal basta que os remates sejam feitos com uma graduação diferente da que os jogadores do F.C. Porto utilizam agora, tornando-se óbvio, pelo menos para o associado, que o ângulo de remate também tem de ser outro. Se Maniche, McCarthy, Carlos Alberto, Quaresma e companhia cumprirem as instruções métricas que o estudo pressupõe, então a bola descreverá efeitos que aumentarão as hipóteses de transformar o remate em golo. É exactamente isso que o associado pretende. Que os remates sejam feitos cumprindo as instruções dadas no seu estudo.
Refira-se, por fim, que Pinto da Costa pediu ao associado que contactasse os responsáveis pela área da formação para que o estudo fosse aplicado nas escolinhas do clube.