O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

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FÁBIO BARROS, FABETA - AYIA NAPA (CHIPRE)

«Olá novamente a todos os leitores,

Nos últimos tempos não tenho jogado porque contraí a segunda lesão em toda a minha carreira. Mas hoje vou falar do passado, de uma época especial ao serviço do Beira-Mar em 2009/10: falarei da da minha primeira lesão, do balneário e do titulo da II Liga!

A poucos dias do arranque oficial dessa época, fiz uma rotura na coxa. Estreie-me frente ao Portimonense mas ao minuto 80 a coxa voltou a ceder. Aguentei até ao fim porque tínhamos menos um jogo e as substituições estavam esgotadas. Demorei cerca de dois meses para recuperar totalmente.

Durante esse tempo, a equipa começou a ter um excelente rendimento de forma e com naturalidade perdi o comboio . Apesar desta situação nunca desanimei. Tínhamos um grupo incrível e isso fez a diferença. Para além de haver muita qualidade no plantel, o mais determinante foi mesmo o balneário que conseguimos criar. Vou contar-vos alguns momentos marcantes.

Um dos primeiros momentos de união foi proporcionado pelo mister Leonardo Jardim. Trocou um treino pelo visionamento de um filme (300), que serviu para passar uma mensagem de união. Os salários em atraso inicialmente também fizeram com que nos uníssemos ainda mais para combater uma situação tão frequente no futebol atual.

Criámos um torneio de Pro Evolution Soccer em minha casa. Éramos 16 jogadores inscritos num plantel de 24/25 jogadores. Fizemos uma cerimónia para o sorteio e havia prémios para os finalistas. Quase todo o plantel vivia em Aveiro, então partilhávamos os almoços e jantares.

Assim, acabámos por criar um grupo denominado Gangue de Aveiro, em que o líder era o Rui Varela. Éramos uma espécie de claque, cantávamos antes e depois do treino, nas deslocações de autocarro entre os estádios.  

 

Após o jantar de natal, onde o Rui Varela recebeu de prenda um megafone, as nossas deslocações entre estádios ficaram ainda mais animadas. Chegámos ao ponto de,antes do jogo com o Portimonense em casa, pedirmos material à claque Auri-Negros para fazermos uma festa no autocarro, com bandeiras e tudo!

Oito meses depois da minha lesão, tive a oportunidade de aguardava. Fui titular frente ao D. Aves, vencemos e ficamos perto do título. A 8 de maio de 2010, vencemos o Carregado e conquistámos o título da II Liga.

Os meus primeiros minutos foram a festejar com os meus pais, minha namorada e com os meus inúmeros amigos que fizeram questão de estarem presentes com cartazes de apoio.

Infelizmente não houve nenhuma festa à medida. A má relação entre a Câmara de Aveiro e o Beira Mar não devia servir de desculpa para não se realizar uma festa habitual para quem é campeão. Apenas desfilamos num autocarro pelas ruas, mas não havia muita gente.

Aproveito para agradecer a todos os amigos desse tempo, que ficarão para a vida. Às pessoas responsáveis pelo clube, espero que cumpram com a vossa palavra, os jogadores dessa época merecem a devida consideração. Ao Beira-Mar, desejo que ultrapasse todas as dificuldades.

Não podia deixar de mencionar a minha namorada. Foi no decorrer dessa época que tive o prazer de conhecer a pessoa maravilhosa que tenho ao meu lado.  

 

Obrigado pela vossa leitura e desejo-vos umas boas festas. 

 

Cumprimentos,

Fabeta»