Não foi por falta de aviso: em Moreira de Cónegos, há uma semana, o Braga sofreu para vencer e teve a prova de que, apesar dos grandes nomes que tem no plantel, a qualidade individual nem sempre chega.

Hoje, no Algarve, não houve a sorte desse jogo – vencido com um golos nos descontos – e o Braga perdeu. E com justiça.

O Farense bateu os minhotos por 3-1, numa clara demonstração de superioridade ao longo de todo o jogo.

A partida começou com um grande chamativo à priori: João Moutinho foi, pela primeira vez, titular neste regresso a Portugal e à I Liga.

No banco, ficaram, por exemplo, Pizzi, André Horta e Abel Ruiz (que foi chamado à seleção nacional espanhola durante a semana).

Do lado do Farense, também houve novidades, com a saída do influente Marco Matias.

Os milhares de adeptos nas bancadas assistiram a um início de jogo dividido, mas que, a partir dos 20 minutos, tombou para um dos lados: o algarvio.

Com Fabrício, Belloumi e Matheus Oliveira em evidência, o Farense soube ser mais forte do que o Braga - e chegou à vantagem com inteira justiça.

A história até podia ter sido diferente, se aquela bola de Moutinho, ao minuto 31, não tivesse batido com estrondo na barra.

É que foi na sequência desse lance que o Farense se adiantou no marcador, num contra-ataque rapidíssimo culminado com o golo de Bruno Duarte; dentro da área, o avançado dos algarvios fintou José Fonte e atirou a contar.

O golo deu ainda mais alento a um Farense que já estava bem – o Braga pouco mostrava, com unidades como Al Musrati ou Bruma em evidente quebra de rendimento.

Aos 44m, chegou o segundo dos algarvios, numa asneira de Matheus.

O guarda-redes do Braga começou por fazer uma grande defesa, a remate de Belloumi, mas depois, ao tentar ir buscar a bola ainda dentro da área, acabou por escorregar.

O esférico ficou para Rui Costa que, sem guarda-redes na baliza, atirou a contar.

Artur Jorge não estava contente e, para a segunda parte, mudou duas peças: saíram Moutinho e Borja para entradas de Abel Ruíz e Zalazar.

Só que, logo no início da etapa complementar, o Farense teve mais uma oportunidade soberana para marcar. Abel Ruiz fez falta sobre Artur Jorge (defesa do Farense e filho do técnico do Braga) e, após consultar o VAR, António Nobre assinalou penálti.

Chamado a converter, Rui Costa falhou a hipótese de bisar. O remate do ponta de lança saiu muito por cima.

Embalado pelo desperdício adversário, o Braga conseguiu reduzir, minutos depois.

Estavam jogados 56 quando Álvaro Djaló cruzou para o segundo poste, onde apareceu Simon Banza para cabecear para o fundo das redes.

O jogo parecia ganhar novo interesse, com o Braga a reentrar na discussão da partida… mas esta era mesmo a noite do Farense.

Belloumi – o melhor em campo – fez o terceiro dos algarvios (59m), concluindo uma boa jogada de ataque que passou por Rui Costa e Matheus Oliveira.

Até ao final, os leões de Faro continuaram a dominar e até podiam ter dilatado a vantagem.

Entraram Pizzi, Ronny Lopes que se juntaram a valores como Abel Ruiz, Ricardo Horta ou Al Musrati… mas, como ficou bem patente no relvado do Estádio São Luís, os nomes não chegam.