Um Farense demolidor nos primeiros 20 minutos, um Vizela que soube equilibrar e uma vitória que esbarrou na barra.
Assim se resume o encontro de hoje, entre algarvios e minhotos, que terminou sem golos.
Com apenas uma alteração para cada lado, Farense e Vizela mantiveram a base que os tem guiado nestas primeiras jornadas.
A partida de hoje, que, uma vez mais, teve direito a uma boa casa no S. Luís, tinha o condão de opor duas equipas que raramente se encontraram na I Liga.
Apenas aconteceu numa época: 1984/1985, com uma vitória para o Farense e um empate.
Na partida de hoje, histórica por ser tão rara, foram os algarvios a entrar melhor.
Guiado pela irreverência de Belloumi e pela solidez de Fabrício Isidoro, o Farense cedo se soube impor no jogo.
As oportunidades para marcar foram muitas e grande parte delas tiveram um denominador comum: Marco Matias.
Aos 8m, o veterano extremo português teve a primeira, mas o remate, dentro da área, saiu ao lado. Aos 15m e 16m, a história repetiu-se, já depois de também Cláudio Falcão poder ter marcado, num bom remate, após canto, que obrigou Buntic a uma defesa apertada (10m).
Por essa altura, o Vizela só via jogar. Os minhotos estavam remetidos à defesa, sem fazer uso da qualidade de nomes como Diogo Nascimento ou Essende.
A partir do meio da primeira parte, a equipa de Pablo Villar acordou e deu um ar da sua graça.
O Farense, com tantas oportunidades, desperdiçou a oportunidade de se adiantar no marcador e acabaria a primeira parte dominado pelo Vizela.
Os minhotos podiam mesmo também ter marcado por duas vezes, mas ambos os lances (Essende, aos 38m, e Diogo Nascimento 45+1m) acabaram nas mãos de Ricardo Velho.
O ascendente vizelense prolongou-se na segunda parte. O ímpeto inicial do Farense nunca mais voltou e foram os comandados de Pablo Villar a ter mais bola e maior presença atacante.
Lacava, aos 54m, com um bom remate em arco, podia ter marcado, mas a bola saiu perto da barra da baliza de Ricardo Velho.
Contra o nulo que teimava em continuar, José Mota e Pablo Villar mexeram nas equipas, lançando jogadores como Zé Luís e Rui Costa (Farense) e Bustamante e Soro (Vizela).
Mas no campo o que se via continuava a ser uma segunda parte, em que apesar da incerteza no resultado, não havia grandes chances.
As melhores estavam guardadas para os últimos minutos.
Essende, lançado na desmarcação, fintou Pastor e Artur Jorge, mas, já só com Ricardo Velho pela frente, não conseguiu bater o guarda-redes dos algarvios (83m).
Na outra baliza, Talocha esteve muito perto de marcar, num grande remate à entrada da área que esbarrou na trave da baliza de Buntic (87m).
O nulo manteve-se até final e agudizou o momento menos bom de ambas as equipas: o Farense não ganha há três jogos e o Vizela há quatro.