Que análise faz ao jogo de hoje?]

Faço uma análise positiva, como é óbvio quando se ganha. Quando se vence nos instantes finais, tem um sabor especial, mas este jogo nunca foi fácil nem tranquilo por mérito do Gil Vicente que tem bons jogadores e está bem organizado.

Isso torna esta vitória ainda mais interessante e importante. O jogo começou com uma toada mais positiva do Gil, sempre com mais bola, com jogadores com muita experiência de I Liga.

O adversário jogou sempre mais perto da nossa baliza. Penso que não estivemos bem na forma como devíamos pressionar os médios interiores do Gil.

Não criaram grandes oportunidades, mas o Velho teve, por duas ou três vezes, excelentes intervenções.

Nós tivemos também algumas chances de golo, como aquele cabeceamento à barra do Falcão. Ao intervalo, as coisas estavam divididas e o resultado era justo.

Nós acabámos por fazer um golo: é justo.

Na semana passada, sofremos quatro golos em quatro lances do Estoril e criámos seis chances, se calhar mais flagrantes, e hoje acabámos por vencer.

Penso que, na segunda parte, fomos mais capazes, mais equipa e considero que as alterações produzidas deram outra velocidade e alegria ao nosso jogo, Acabámos por fazer um golo no final, o que é extremamente importante.

Entrámos numa fase do campeonato em que, cada jornada que passa, torna-se mais difícil conseguir vitórias. Os jogos estão a ser muito disputados porque temos bons jogadores e bons treinadores.

Este foi um jogo muito competitivo em que vencemos, com mérito porque marcámos, mas enfrentámos um Gil com muito carácter e capacidade, tal como antevi.

Esta vitória é ainda mais importante devido a todos estes adjetivos do adversário e pelas dificuldades que nos criou.

[No final, tirou um avançado – Bruno Duarte – e lançou um médio – Caseres. O que pretendeu com essa substituição?]

Nós temos de perceber o que é o jogo. Estávamos a perder um pouco do que é o meio-campo e nós não conseguimos chegar lá se não tivermos esse controlo. O Falcão estava desfalcado, tinha um cartão amarelo, o jogo estava a chegar ao final e até com algum ascendente para o Gil.

Muitas vezes temos é de ter é solidez – nenhuma equipa ganha jogos se não tiver solidez de trás para a frente.

Nós jogámos com os mesmos avançados – o Rui Costa esteve lá presente como ponta de lança e o Rafael pela esquerda e o Elves pela direita.

Em pouco tempo, ganhámos alguma coesão no meio-campo. Eu percebo que é uma substituição que ninguém gostava de ver, mas temos de olhar para o jogo.

Se tivesse ao contrário, hoje diriam aqui que o treinador era um burro, mas o que queríamos era tentar controlar o meio-campo. Ainda bem que surtiu efeito.

[É verdade que há uma equipa chinesa interessada em Artur Jorge? E quanto a reforços?]

Não sei de absolutamente nada. Eu estou muito contente com o meu grupo: por mim não sai ninguém. Este grupo trabalha muito bem todos os dias para chegar ao fim de cada jogo e ganhar.

Quanto a reforços, são outras situações. Nós sabemos quais são as nossas limitações – e acho que isso é muito importante para o grupo. Se eu não reconheço as nossas limitações, nunca serei melhor treinador.

O papel dos jogadores é acreditar que não somos os melhores do mundo, mas somos uma equipa competitiva, que tenta ser organizada e que tem respeito por todos os adversários.

Quando assim é, acabamos por ter resultados como hoje.