André Villas-Boas vincou a ideia que tem em candidatar-se à presidência do FC Porto, não confirmando, porém, se vai já fazê-lo em 2024, apesar do «caminho de preparação» que, diz, pode colocá-lo como candidato no próximo ano.

«O meu caminho até aqui tem sido um caminho de preparação que me pode colocar perante ser candidato nas próximas eleições, ou não. É uma decisão que exige ponderação, pensamento e esse, pelo menos, é o caminho que eu tenho de cumprir. Ou seja, estar preparado para ser o próximo presidente do FC Porto. Agora, é um cargo que exige máximas responsabilidades. Exige também uma equipa profissional e de créditos firmados por trás. Toda a construção do que será a futura vida do FC Porto tem de acontecer com passos firmes, bem pensados, estruturados, com rigor», afirmou, em entrevista ao Tribuna Expresso, publicada esta quinta-feira.

Villas-Boas disse ainda que a «reeducação» que tem vindo a fazer ao longo dos tempos para áreas que não domina, como «gestão executiva», têm um propósito, nomeadamente o de ser presidente do FC Porto.

«Eu nunca o escondi. O que me faltará decidir são os timings e esses vários timings têm de ir de encontro ao respeito pela época desportiva do FC Porto. Eu tenho essa ambição, nunca a escondi, é pública, tenho o máximo respeito pelo presidente Jorge Nuno Pinto da Costa e tenho de estar pronto para o substituir à altura caso assim desejem os sócios», frisou, dizendo que, independentemente da altura das eleições em 2024, tem tudo definido caso avance. Em breve, vai a votação, em Assembleia Geral, uma alteração dos estatutos que, em caso de aprovação pelos sócios, pode levar a que as eleições se realizem não até final de abril, mas até final de junho.

«Tenho timings decididos para as apresentações de candidaturas, quando é que as iria lançar, equipas, propostas, todas as ideias que me invadem, pelo sócio dedicado que sou do FC Porto e pela experiência que tenho acumulada tanto desportivamente como esta que começo a construir no aspeto mais da gestão. Portanto, não posso negar que tenho datas em mente, tenho equipas preparadas, tenho ideias e pessoas e tenho projetos, mal de mim se não estivesse à altura de poder corresponder a um cargo desta dimensão», referiu, garantindo que não é a «presença» de Pinto da Costa que o «impede» de avançar com uma candidatura.

«Se me estão a perguntar se o que me impede de apresentar uma candidatura é a presença do presidente Pinto da Costa diria que não», assegurou.

«Acho que o presidente tornou bem claro recentemente que quem quiser que ele saia pode esperar sentado. O presidente projeta a sua continuidade para os próximos anos e depois caberá aos sócios eleger quem é que querem como presidente para os próximos anos. Se poderá pela primeira vez encontrar nas próximas eleições um rival do ponto de vista mediático, desportivo, de competências técnicas ligadas ao desporto que são parecidas com as suas? Potencialmente», disse, ainda, recordando, mais no aspeto da sua carreira de treinador, o lamento que teve por não ter chegado a acordo para treinar o Boca Juniors e a seleção do Japão, depois da saída do Marselha em 2021.

«O Japão terá sido o mais próximo. A Argentina também. Infelizmente foi com alguma mágoa que não cheguei a acordo nem com um nem com o outro. Na Argentina era no Boca Juniors e no Japão com a seleção», apontou.