O diretor de comunicação do FC Porto foi condenado a um ano e dez meses de prisão, com pena suspensa, devido ao caso da divulgação dos e-mails do Benfica no Porto Canal. Francisco J Marques foi considerado culpado de dois crimes: violação de correspondência e ofensa coletiva.

Já Diogo Faria, diretor de conteúdos dos dragões, foi condenado a nove meses de prisão, também com pena suspensa de um ano. Júlio Magalhães, antigo diretor de informação do Porto Canal (agora na CNN Portugal) foi absolvido.

Para o juiz, Francisco J Marques fez uma «seleção de comunicação», para posteriormente ser divulgada com a cooperação de Diogo Faria. Os dois, diga-se, foram também condenados a pagar de forma solidária uma indemnização de dez mil euros a Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica.

«Em causa está o crime de violação de telecomunicações. E a conduta do arguido Francisco Marques ao divulgar os e-mails aqui em causa preenche este tipo de crime», disse o juiz. Nuno Costa acrescentou depois que o dirigente do FC Porto «fez aquilo a que se chama manipulação de informação», «susceptível de ofender o bom nome do Benfica».

«Entende o tribunal que Júlio Magalhães não tinha qualquer capacidade para impedir esta divulgação. Crime de acesso indevido não se verifica», esclareceu ainda Nuno Costa, sobre Júlio Magalhães.

Os três arguidos, recorde-se, estavam acusados de violação de correspondência, devassa da vida privada e ofensa a pessoa coletiva.

Refira-se ainda que, em 2019, a SAD do FC Porto já havia sido condenada a pagar dois milhões de euros ao Benfica.

Mais tarde, Francisco J Marques recorreu às redes sociais para reagir à decisão e garantiu que nunca manipulou nenhum e-mail.

«Nunca manipulei nada. Enviei os mails integrais para os jornais que mos pediram, Record e O Jogo. Se quisesse manipular, truncar, esconder não o tinha feito, como é óbvio. A luta continua», escreveu, no Twitter.