Atualmente no segundo lugar do Grupo H da Liga dos Campeões com 9 pontos, o FC Porto tem os oitavos de final da prova à distância de um empate.

Apesar disso, Sérgio Conceição garante que os azuis e brancos vão entrar em campo nesta quarta-feira diante do Shakhtar, no Dragão, só com a vitória no pensamento.

«Armadilha ou segurança? Depende sempre do que fizermos. A mentalidade, a nossa postura e preparação é com intuito de ganhar o jogo. Acho que não há adepto simpatizante ou sócio do FC Porto que saia satisfeito com um empate com o Shakhtar. E eu não fujo à regra como treinador também como e sócio e adepto do FC Porto», disse o técnico dos azuis e brancos na antevisão ao jogo desta quarta-feira.

Os dragões têm margem de erro, mas em caso de derrota caem para a Liga Europa, cenário que aumenta o peso deste jogo que, reconheceu Conceição, é decisivo. «É uma final e nós damo-nos bem com finais. Mas é uma final nesta competição. Segunda-feira [com o Sporting] teremos uma final para o campeonato e assim sucessivamente. Vivemos sempre destas finais neste clube. Por qualquer ponto perdido no campeonato, atrasamo-nos. Perdemos um jogo na Amoreira [com o Estoril e ficámos fora da Taça da Liga. A Taça de Portugal será assim também, se perdermos. Estamos habituados a este tipo de pressão, que acho que é uma boa pressão», relativizou.

Sobre o Shakhtar, que o FC Porto venceu fora na primeira volta por esclarecedores 3-1, Conceição recuperou o que disse aquando desse jogo, quando elogiou a qualidade do conjunto ucraniano. «Depois do nosso jogo só perderam em Barcelona (1-2), mas com uma prestação muito positiva. Ganharam em Antuérpia, ganharam também em casa, só perderam contra nós e no outro jogo com o Barcelona. Com este novo treinador adquiriram alguma consistência e alguma solidez como equipa», analisou.

«Mudaram poucos jogadores da sua estrutura base. Era um 4-3-3 clássico. (…) Coletivamente estão mais sólidos. No processo defensivo adquiriram alguns comportamentos que fazem com que sofram menos nos jogos e sofram menos golos. Por aí houve um salto de qualidade. E quando não se sofre, está-se mais perto de ganhar. Com qualidade individual e gente que no último terço pode decidir o jogo de um momento para o outro, a equipa acaba por subir o seu nível e foi o que aconteceu. A prova disso foi a Liga dos Campeões que fizeram a partir do momento em que mudaram de treinador», prosseguiu Conceição.

«Melhoraram em um ou outro aspeto, mas os jogadores são os mesmos. É verdade que são de um país [Ucrânia] que atravessa um momento muito difícil, todos somos sensíveis a isso, mas isto é um jogo de futebol. Li um artigo no Financial Times que destaca a importância deste jogo para o Shakhtar e para o país. Isto para dizer que, além da qualidade do Shakhtar, a envolvência e o contexto, não vai ser fácil em todos os sentidos. Que ganhe o melhor e o melhor quero obviamente que sejamos nós, pela nossa competência, por aquilo que foi o nosso trajeto nesta prova, penso que é de todo merecido. Temos de o fazer amanhã por merecer estar nos oitavos da Liga dos Campeões, não só por este trajeto pela fase de grupos, mas também pela história, pelo peso, pela importância de estar nos oitavos da Liga dos Campeões para um país que não é dos mais fortes a nível financeiro», concluiu.