DESTINO: 90s é uma nova rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINO: 90s.

IVICA KRALJ, FC PORTO: 1998/99

Em Belgrado, Ivica Kralj leva uma vida dedicada ao futebol, sem estar nesta altura ligado ao seu Partizan. O antigo guarda-redes do FC Porto trabalhou no clube até meados de 2012, mas a instabilidade é um ingrediente incontornável no futebol sérvio.

«É o clube que amo e um dia vou voltar. Estou sempre atento», conta Kralj ao Maisfutebol, 16 anos após o adeus ao Estádio das Antas.

LEIA TODA A ENTREVISTA A KRALJ: erros, mais erros e uma questão oftalmológica


Desses tempos, Kralj sublinha «o grande amigo Drulovic», com quem fala «muitas vezes sobre o FC Porto».

Mas por onde andou Ivica estes anos todos? Basta consultar o percurso individual do internacional jugoslavo, agora já quarentão, para perceber que só mesmo no Partizan consegue ser feliz e respeitado.

Kralj num Estrela Vermelha-Partizan em 1997:



Do FC Porto parte para o anónimo Radnicki Kragujevac, onde fez três jogos. No verão de 1999 ainda convence o PSV Eindhoven a contratá-lo. Está ligado ao emblema holandês quatro temporadas e faz sete jogos oficiais.

Em 2003 regressa finalmente ao Partizan e aí sim, volta a encher a baliza e a ser considerado um verdadeiro herói. Um célebre desempate nas grandes penalidades, contra o Newcastle, é relembrado com especial emoção.

«Estava inspirado. Tive grandes momentos no futebol, não foi só o que os portugueses viram».
Até junho de 2007 faz 74 jogos no clube de Belgrado, o clube do coração.

Kralj brilha frente ao Newcastle:



Passa depois dois anos pelo FK Rostov, da Rússia, e pelo Spartak Trnava, da Eslováquia, onde repousa as luvas e os olhos, em definitivo, no final da época 2009/10.

Do FC Porto sobram essencialmente as «boas memórias dos amigo», mais do que das exibições.

Ivica Kralj despede-se à décima jornada da temporada 1998/99, entrega a baliza a Rui Correia e mais tarde chega Vítor Baía. «Baía é Baía, nunca podia ser Baía e as pessoas pensavam que sim».

Kralj responde a tudo com admirável esforço, menos a uma coisa. É mesmo verdade que morava por cima de Fernando Santos e o treinador não suportava a música alta debitada da casa do guarda-redes?

Ivica Kralj sorri. Nós também. É uma conversa difícil, mas engraçada.