A Superliga continua a gastar mais do que o que ganha em receitas. Os custos têm aliás aumentado todos os anos, tendo voltado a aumentar esta época relativamente à anterior. Onze milhões de euros, para se ser mais exacto. Dos 279,3 milhões de euros gastos pelos clubes da primeira divisão, a maior parte foi, claro, em pessoal: 138 milhões de euros para ordenados de jogadores, treinadores e restantes funcionários. Cinquenta por cento, portanto.
Por isso mesmo a Deloitte & Touch continua a dizer que Portugal gasta em jogadores muito acima das suas possibilidades. Até porque o mercado português é muito inferior a outros mercados europeus, pelo que não se pode comparar a eles. Tão pequeno, por exemplo, que os clubes portugueses apenas têm direito a um por cento das receitas de televisão e publicidade que a Liga dos Campeões distribui pelos participantes e que é calculado exactamente pela dimensão de cada mercado.
Portugal foi o sexto campeonato mais rico há dois anos
O mercado do futebol europeu, no final da época 2002/03, valia 10,4 mil milhões de euros. Mais de dois mi milhões de contos, portanto. Destes, porém, 54 por cento estão concentrados nos cinco campeonatos mais poderosos, Inglaterra, Itália, Espanha, França, Alemanha. Estas cinco ligas têm mais dinheiro do que as outras todas juntas. Outras onde aparece, claro, Portugal.
A Superliga é a sexta liga mais rica da Europa, a primeira no grupo dos campeonatos de média dimensão, à frente da Holanda e da Escócia, as ligas que vêm logo a seguir. Muito distante, contudo, dos principais campeonatos europeus. Só para se perceber melhor, a Superliga teve receitas de 139 milhões de euros, contra 1,093 mil milhões da Inglaterra, o país que continua a ter o campeonato mais rentável da Europa. Estes dados porém, repete-se, dizem respeito à época 2002/03, a última que a Deloitte & Touch tem disponível.