O piloto mexicano Sergio Pérez (Red Bull) venceu, este domingo, o Grande Prémio do Mónaco em Fórmula 1, que teve apenas 64 das 78 voltas realizadas, fruto do atraso de pouco mais de uma hora, motivado pelas decisões da direção de corrida, em relação à imensa chuva que assolou o circuito de Monte Carlo.

Pérez, que acabou a qualificação com uma batida antes do túnel no sábado, aguentou a pressão de Carlos Sainz nos 15 minutos finais da corrida e manteve a liderança num autêntico comboio final entre os dois Red Bull e os dois Ferrari. Sainz foi segundo, Max Verstappen terceiro e Charles Leclerc - que desta vez conseguiu mesmo acabar no Mónaco, em casa - foi quarto.

O top-10 ficou concluído com George Russell (Mercedes) em quinto, seguido de Lando Norris (McLaren), Fernando Alonso (Alpine), Lewis Hamilton (Mercedes), Valtteri Bottas (Alfa Romeo) e Sebastian Vettel (Aston Martin). O finlandês e o alemão beneficiaram de cinco segundos de penalização a Esteban Ocon (Alpine) para subirem uma posição cada no final, com Vettel, assim, a entrar nos pontos. Ocon, que foi 12.º, terminou ainda atrás de Pierre Gasly, da AlphaTauri (11.º).

Numa corrida de grande dificuldade quanto às ultrapassagens, Daniel Ricciardo (McLaren) foi 13.º, Lance Stroll (Aston Martin) 14.º, Nicholas Latifi (Williams) 15.º, Guanyu Zhou (Alfa Romeo) 16.º e Yuki Tsunoda (AlphaTauri) 17.º. Alexander Albon, da Williams, bem como os dois Haas, Kevin Magnussen e Mick Schumacher, não concluíram a corrida.

Como 75 por cento da corrida foi realizada - eram necessárias pelo menos 58 voltas para tal - os pontos foram atribuídos na totalidade aos dez primeiros, assim como o ponto pela volta mais rápida.

Dupla volta de formação, «red flag» e uma hora pelo ar

Depois de uma sexta-feira de treinos livres e de um sábado de qualificação com muito calor e sol, a chuva prevista – e confirmada – mudou fortemente os planos das equipas e também da própria corrida, por fim neutralizada nas três horas máximas regulamentares, entre as 14 e as 17 horas.

Com a muita chuva que se verificava, as equipas, depois de montarem intermédios, foram obrigadas a calçar pneus para chuva extrema, ao mesmo tempo que a direção de corrida indicou a volta de formação com «Safety Car». O início foi adiado em nove minutos e a volta de formação virou duas, descontando logo uma das 78 voltas previstas para a corrida. Foi então que surgiu a primeira das duas bandeiras vermelhas do dia, com a recolha de todos os 20 pilotos às boxes, devido às condições climatéricas.

A corrida retomaria, por fim, às 15h05, atrás de «Safety Car».

Ritmo lento a abrir e intermédios a dar sinais

Já com a pista com bem menos água, mas ainda molhada, o ritmo das primeiras voltas foi claramente lento e, ao longo dos primeiros minutos, os pneus intermédios que poucos pilotos tinham, iam dando sinais positivos. Prova disso foi Pierre Gasly, que conseguiu as duas primeiras ultrapassagens da corrida, sem DRS, ao superar Guanyu Zhou e Daniel Ricciardo às voltas 13 e 14.

As paragens Red Bull-Ferrari que sorriram a Pérez

As voltas seguintes trouxeram emoção e decisões que acabaram por ter total impacto no desfecho em Monte Carlo. A pista foi secando, a chuva não dava sinais de voltar e Pérez, na volta 17, foi o primeiro do top-4 a parar para colocar intermédios. Na volta seguinte, a Ferrari respondeu com a mesma opção para Charles Leclerc e a Red Bull logo de seguida com Verstappen, o que levou Carlos Sainz, ainda com pneus de chuva, à liderança do Grande Prémio, mas com um senão: Pérez conseguira o «undercut» e Leclerc passava para terceiro.

O bate-bate coração aumentou à volta 21, com uma opção que seria porventura fatal para a Ferrari, que mandou parar Carlos Sainz e Charles Leclerc ao mesmo tempo para colocar pneus duros (slicks). Leclerc ainda chegou a receber uma indicação final para ficar na pista, mas acabou por entrar e não escondeu, na comunicação rádio, o desagrado. A opção da Ferrari revelar-se-ia uma derrota, dado que a Red Bull fez dupla paragem Pérez-Verstappen para duros imediatamente a seguir e conseguiu ficar com o mexicano na liderança e com o neerlandês em terceiro, com Sainz em segundo e Leclerc em quarto. Estas posições não mais mudariam.

Susto com Mick Schumacher no duplo adeus da Haas

Pouco depois de Kevin Magnussen ter tido um problema no carro e de ditar o primeiro abandono, Mick Schumacher despistou-se à volta 27 e bateu com força nas barreiras junto às piscinas, ditando o duplo adeus da Haas ao GP do Mónaco num curto espaço de tempo. Felizmente, Mick saiu ileso, mas o carro não: traseira completamente partida e necessidade da segunda bandeira vermelha, para remoção do monolugar, dos destroços e de correção da barreira.

Os pilotos voltaram às boxes e a corrida teve uma paragem de cerca de 20 minutos, retomando às 16h15 normalmente com 32 das 77 voltas cumpridas e a necessidade de fazer pelo menos mais 26 até às 17 horas para que as pontuações fossem atribuídas na totalidade.

A contagem decrescente trouxe emoção na mesma medida, com Pérez, Sainz, Verstappen e Leclerc num autêntico comboio, cada um entre si separado por menos de um segundo. Prevaleceu, na frente, a experiência e gestão de pneus do mexicano, que conquistou a sua terceira vitória na Fórmula 1, numa tarde melhor para a Red Bull do que para a Ferrari, que tinha arrancado para a corrida com 1-2 e saiu com 2-4.

As contas do Mundial: Verstappen mais líder, Red Bull idem

Max Verstappen segue líder do Mundial de pilotos, com 125 pontos, aumentando de seis para nove os pontos de vantagem para Charles Leclerc, que tem 116. Sergio Pérez mantem a terceira posição, mas agora bem mais perto de Leclerc, com 110 pontos. Segue-se Russel com 84, Sainz mais perto com 83 na quinta posição, num top-10 sem qualquer alteração. Hamilton tem 50 pontos, Norris 48, Bottas 40, Ocon 30 e Magnussen 15.

Por equipas a Red Bull passa de 26 para 36 pontos de vantagem para a Ferrari (235 para 199). A Mercedes segue em terceiro, com 134