A FIA rejeitou um recurso interposto pela Ferrari contra Max Verstappen e Sergio Perez, pilotos da Red Bull, no Grande Prémio do Mónaco.

A scuderia italiana protestou a saída das boxes dos dois pilotos, sobretudo do neerlandês, por este ter passado a linha amarela que delimita a saída do pit lane e reentrada na corrida. O protesto sobre Perez foi pelo mesmo motivo. 

Na transmissão televisiva, a única indicação que surgiu foi que um incidente com o mexicano, que viria a vencer a corrida, tinha sido anotado e não houve qualquer referência a Verstappen. As imagens do onboard do campeão do mundo em título e de Charles Leclerc, que disputava a posição com o neerlandês, mostram a saída de Verstappen do pit lane e uma possível infração que lhe valeria uma penalização (normalmente, de cinco ou dez segundos o que o retirava do pódio no final e deixaria Leclerc na terceira posição).

A decisão explicada

Ora, de acordo com os comissários, nem Verstappen nem Perez cometeram qualquer infração. 

Ferrari e Red Bull foram chamadas para dar as suas versões e a equipa italiana alegou que Verstappen pôs parte do pneu esquerdo por cima da linha amarela que delimita a saída das boxes, o que quebrava as notas dadas na pré-corrida.

A Red Bull defendeu que Verstappen continuou a deixar o carro do lado direito da linha, tal como requer o Código Desportivo Internacional da FIA, o que significa que o neerlandês não infringiu qualquer regra.

A FIA concordou com a Red Bull e apontou para o Artigo 5 c) do Capítulo IV do Anexo L daquele código que estipula que «na saída das boxes, um carro não pode cruzar a linha» que delimita a saída e reentrada na corrida.

«Neste caso, o carro não cruzou a linha, para o fazer, teria de ter a totalidade de uma roda à esquerda da linha amarela», argumentou a FIA. Assim, Verstappen «não infringiu regras e tem precedência sobre qualquer interpretação das notas pré-corrida».

Também o diretor de corrida, o português Eduardo Freitas, explicou, citado pelo Motorsport, que as notas de pré-corrida foram um «copy e paste» da versão de 2021 e assim «não foram mudadas para refletirem as mudanças indicadas no Anexo L».

Quanto à situação de Pérez, a própria Ferrari concedeu que não houve qualquer infração do mexicano.

Com estas decisões, a classificação final do GP do Mónaco foi confirmada com Perez a vencer, Carlos Sainz da Ferrari em segundo e Verstappen em terceiro.