Francis Gillot, treinador do Bordéus, diz que o Benfica é o grande favorito para o jogo desta quinta-feira, no Estádio da Luz, relativo à primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa. O treinador explica que a equipa francesa tem um plantel curto para lutar em mais do que uma frente e está na Europa apenas com a ambição de chegar o mais longe possível. Quanto às recentes criticas do presidente, Gillot espera que sirvam para espicaçar os seus jogadores.

«É evidente que vi muitos jogos do Benfica, particularmente os últimos. O Benfica também teve dificuldades com o Leverkusen, mas criaram muitas oportunidades e seguiram em frente. Sei que o Benfica em casa não facilita, cria muitas oportunidades. São uma grande equipa, são favoritos para o jogo de amanhã. Nós temos a vida mais complicada no campeonato, mas esperamos continuar na Liga Europa», começou por destacar.

Um bom resultado na Europa podia lançar o Bordéus para uma boa ponta final da temporada, mas Gillot não tem grandes esperanças quanto a essa probabilidade. «Já fizemos muitos bons jogos na Europa e depois temos muitas dificuldades no campeonato. Esperamos que depois deste jogo as coisas corram melhor. Mas temos tido dificuldades com jogadores que sofreram lesões. Sem o grupo completo e sempre mais complicado», destacou.

A verdade é que o Bordéus vem de quatro derrotas consecutivas, uma situação que levou o presidente do clube, Jean-Louis Triaud, a dizer que tem um «plantel de galinhas e patinhos». «As criticas fazem parte do futebol, do grupo de trabalho. Conhecemos o presidente, é uma pessoa muito afetiva, fez essas declarações para picar os jogadores, para ver se eles melhoram os resultados», comentou.

Palavras duras, mas que não tiveram grande impacto no plantel que voltou a perder diante do Lille. «O presidente fez essas declarações antes do jogo com o Lille e, mesmo assim, a equipa perdeu. As palavras nem sempre têm reflexos dentro do campo, mas espero que amanhã possamos reagir às declarações do presidente», destacou.

Gillot estranhou depois tantas perguntas sobre as declarações do presidente do clube. «Os presidentes aqui não falam nos jornais? Também deve ser mais fácil ser presidente do Benfica do que presidente do Bordéus, mas os presidentes podem dizer o que querem, são eles que pagam, podem dizer o que quiserem», referiu ainda.

Apesar dos maus resultados na liga francesa, o Bordéus chegou aos oitavos de final da Liga Europa, depois de ter deixado pelo caminho o Dínamo Kiev de Miguel Veloso. «Desde o principio que tem sido complicado, desde o primeiro jogo com o Estrela Vermelha. Mesmo na fase de grupos sentimos dificuldades. Podemos dizer que somos a surpresa na Liga Europa. Depois do Dínamo Kiev ninguém estava à espera que estivéssemos nos oitavos. O Benfica é favorito no papel, mas no futebol tudo pode acontecer. É isso que nos faz sonhar», referiu ainda.

O treinador queixa-se das muitas leões que têm fustigado o seu plantel, mas para este jogo recuperou o lateral brasileiro Mariano e o avançado uruguaio Diego Rolán. «Recuperámos alguns jogadores, mas perdemos outros, como o Saviet. Esses jogadores ainda não estão a cem por cento e para os objetivos que temos, precisamos do grupo completo. Também vamos jogar agora os quatrtos de final da Taça de França e esse também é um objetivo do clube», lembrou.

A complicar a missão do Bordéus, a história diz que nenhuma equipa francesa saiu da Luz com uma vitória. «Sabemos que o Benfica é uma grande equipa, foram ganhar a Leverkusen. Mesmo que façamos um bom resultado, que pelos vistos só pode ser um empate, parece que não podemos ganhara aqui, nada fica decidido, porque o Benfica fora de casa também é muito perigoso. Ainda por cima no próximo jogo já vão ter o Matic que é um grande jogador», comentou.

O Bordéus, ao contrário do que é habitual, chegou a Lisboa com dois dias de antecedência. «Talvez por superstição. Deu sorte contra o Kiev, portanto agora fizemos o mesmo», contou ainda.