Cristiano Ronaldo tinha 17 anos, seis meses e nove dias quando foi lançado por Laszlo Boloni na equipa principal do Sporting. A 14 de agosto de 2002 substituiu Toñito num jogo contra o Inter de Milão para a Liga dos Campeões. 

O que viu, afinal, o treinador romeno naquele adolescente? Quase 18 anos depois, eis a resposta. «Fui ver os juniores e pedi para ele ser integrado no nosso plantel. Tinha capacidade física, era muito rápido e tinha boa técnica. Para mim não foi uma surpresa ver onde ele chegou.»

Depois do primeiro treino, as poucas dúvidas de Boloni com Cristiano Ronaldo desapareceram. «Disse logo que não voltaria aos juniores. Era um jovem-velho. No balneário já pregava partidas aos colegas, mas no campo é que era mesmo excecional. A maturidade dele aos 17 anos era impressionante», lembra Boloni em conversa com a Marca.

Boloni recorda, aliás, que foi ele o responsável pela transformação de Cristiano Ronaldo em extremo. «Ele era ponta-de-lança nos juniores, mas só pesava 60 quilos. Achei que ia ter muitos problemas com centrais de 100 quilos. Na ala, com o que jogava, ia ser muito melhor. Estou contente com a minha decisão, mas no início foi difícil porque o Cristiano só queria driblar.»

«Disse-lhe que um drible é importante, dois também, mas cinco são demasiados. Foi inteligente e encontrou o seu caminho. Ele convidou-me para a primeira gala da Bola de Ouro onde esteve e agradeceu-me publicamente.»

Boloni termina com outra afirmação interessante. «Não sabia que ia ser um dos melhores da História, mas disse logo que ia superar o Figo e até o Eusébio. Disse isso numa entrevista e tive problemas, porque estamos a falar de dois deuses do futebol português.»