Olhos perdidos no relvado, saudades já evidentes de uma actividade interrompida por lesão logo no arranque para uma época que esperava fulgurante. Manoel só voltará a competir dentro de dois meses e até lá irá tentar superar uma mágoa bem mais dolorosa que a rotura dos ligamentos. Artur Jorge, o bracarense que involuntariamente sentou o brasileiro na solidão da bancada, parará por duas jornadas, numa decisão da Comissão Disciplinar da Liga que Manoel evita comentar. «Não estou aqui para julgar ninguém e não sei se o castigo aplicado foi justo ou não», garantiu num tom de voz quase imperceptível. «O importante», acrescenta, «é recuperar rapidamente para ajudar o Vitória». 

O Fafe estava a vencer o Guimarães, após uma primeira parte de aparente inoperância ofensiva da equipa hoje treinada por Rui Vieira. Manoel suspirava, queria estar no balneário para regressar ao relvado disposto inverter o resultado.«Quero esquecer o que se passou comigo», insistia, encerrando o lamento com um palpite envolvido na timidez de sempre. «Talvez o ideal fosse o jogador do Braga ter uma paragem idêntica à minha». 

Pimenta Machado, em contrapartida, recusaria comentar a deliberação da CD da Liga. O Guimarães chegou a pedir que Artur Jorge parasse até Manoel regressar aos relvados, mas o seu anseio não foi escutado. O dirigente vitoriano, ainda assim, apostaria no silêncio. «Não temos nada a dizer sobre isso», resumiu.