A inspiração de Bruno Fernandes, na cobrança de um livre direto, serviu para provar que este segundo dérbi teve maior equilíbrio.

Comandado pelo outro 8, Gabriel, o Benfica esteve perto de conseguir mais um triunfo por dois golos de diferença e deixar já os adeptos a pensar na churrascada do Jamor, mas o golo leonino, ao minuto 82, relança a eliminatória e traduz melhor aquilo que se passou no relvado da Luz.

Tal como se esperava, o dérbi da Taça foi mais fechado do que o anterior. A segunda mão pesou muito na postura das equipas, e o Sporting também esteve particularmente focado em corrigir os desequilíbrios revelados no passado domingo. Nem sempre o conseguiu, mas a verdade é que o jogo assumiu um contorno bem expectante.

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Ainda assim o Benfica entrou em campo com ascendente, moralizado pelo triunfo em Alvalade mas guiado pelo único jogador de campo encarnado que não tinha sido titular três dias antes. Salvio entrou endiabrado e esteve na origem do golo que deu vantagem à equipa da casa logo ao minuto 16, ainda que seja preciso dar o devido destaque à assistência de Pizzi e à própria finalização em força de Gabriel, que Renan não conseguiu segurar.

Agarrado à ideia do equilíbrio, o Sporting entrou em campo muito preso do ponto de vista ofensivo, apesar da irreverência de Acuña, a mais sólida exibição visitante. Só depois da meia-hora é que a equipa leonina conseguiu chegar com perigo à baliza contrária, nomeadamente com um remate de Bruno Fernandes que Mile Svilar defendeu (32m).

Pouco depois o Benfica perdeu Jardel por lesão, mas já com Ferro no lugar do capitão segurou a vantagem até ao intervalo.

O Sporting procurou reagir após o descanso, mas não foi capaz de revelar a mesma eficácia. A prova disso é o lance em que Wendel aparece solto na área, pela esquerda, mas remata torto (57m).

É verdade que logo a seguir também Rúben Dias desperdiçou uma boa ocasião, ao cabecear solto na área, mas um autogolo de Tiago Ilori (65m) parecia reforçar a sagacidade do Benfica a explorar os erros do rival.

Bem servido por Luiz Phellype, Wendel voltou a falhar o alvo a seguir (75m), e a dada altura o terceiro golo do Benfica parecia inevitável - remate de Seferovic à figura de Renan e remate cruzado de Grimaldo a que Cervi chega tarde –, mas depois apareceu o momento de inspiração de Bruno Fernandes (82m).

De esperança renovada o Sporting ainda foi à procura do empate, com Diaby a protestar penálti num lance com Cervi (86m) e Luís Godinho a assinalar depois falta sobre Svilar quando Bas Dost colocava a bola no fundo da baliza encarnada (90m).

Talvez o Sporting não tenha revelado a estabilidade suficiente para empatar o jogo perante um Benfica mais consolidado nesta altura, mas a eliminatória está completamente em aberto.

O resto vê-se em abril!