Ivan Dudic, o novo reforço do Benfica, assistiu com impotência, no banco dos suplentes, ao monumental correctivo que os seus companheiros de selecção receberam da Holanda. «Não foi uma derrota, foi uma catástrofe!» comentou com um meio-sorriso entristecido para o Maisfutebol.  

Mas depressa se recompôs quando a conversa se virou para o futebol português: «Agora, só vou pensar no Benfica. Não há outra hipótese: este ano temos mesmo de ser campeões! Seis anos sem ganhar o título é muito tempo para um grande clube. Sei do que falo, porque o Estrela Vermelha viveu uma situação semelhante. Mas, repito, temos de ganhar. E eu vou para Lisboa com muita determinação, disposto a fazer tudo para que isso aconteça». 

Os planos imediatos do lateral-direito passam... pelo descanso. Mas não muito, que a pré-temporada está aí à porta: «Não sei ainda quando chego a Portugal. Tenho de falar com Michel Preud¿homme para acertar as coisas, mas sei que os treinos recomeçam a 6 de Julho, por isso devo chegar por essa altura, depois de umas curtas férias».  

Simpático, comunicativo, Dudic fez o balanço possível de um Europeu que não lhe correu tão bem como desejava: «Só alinhei no primeiro jogo, com a Eslovénia. Penso que não estive mal, mas tivemos tantos problemas defensivos que o treinador entendeu mexer na equipa, fazendo entrar Komljenovic e a partir daí não voltei a sair do banco.»  

A excessiva veterania da selecção jugoslava merecem-lhe um encolher de ombros: «Sim, temos muitos jogadores acima dos 30 anos. Espero que esta derrota sirva para lançar alguns jovens, como eu. Talvez façam melhor do que esta equipa fez hoje». Rebobinar o filme do jogo com a Holanda provoca em Dudic uma expressão de incredulidade: «Não foi uma derrota, foi uma catástrofe! A Holanda é uma grande selecção, joga com muito talento... e profissionalismo. Todos os seus jogadores sabem o que fazer a cada instante. A nossa equipa esteve perdida em campo». 

Gostava de ver Portugal na final 

Olhando para as outras equipas do Europeu, a carreira da selecção portuguesa merece ao novo lateral-direito do Benfica um comentário caloroso: «Portugal tem um futebol muito interessante e inúmeros jogadores de grande talento: Figo, Conceição, Rui Costa, Nuno Gomes. Sei que este último é do Benfica, tal como o João Pinto também era. Mas neste caso parece que houve alguns problemas, não foi?». Já que a Jugoslávia não vai mais longe, um aceno de simpatia para os jogadores de Humberto: «Portugal pode chegar à final. Eu gostava...». 

Dudic é, a par de Van Hooijdonk, um dos novos rostos que o Benfica foi buscar ao estrangeiro. Curiosamente, os dois tinham estado separados por escassos metros, nos bancos das respectivas selecções. Mas não houve qualquer conversa: «Não o connheço pessoalmente, e esta não era uma boa ocasião para conversarmos. Mas conheço o seu currículo, sei que é um bom jogador».