Matateu (1927-2000) 

Sebastião Lucas da Fonseca, Matateu para a história do futebol, faleceu a 27 de Janeiro no Canadá, onde vivia há muitos anos. Foi o único dos grandes mitos do futebol português que chegou à glória sem ter representado um dos três grandes. 

Matateu nasceu na capital de Moçambique, então chamada Lourenço Marques. Foi lá que começou a jogar futebol e foi já perto dos 24 anos que se meteu num barco, rumo a Lisboa. Seria seguido, mais tarde, pelo irmão, Vicente Lucas, um dos «Magriços» portugueses no Mundial 66. 

O destino de Matateu foi logo o Belenenses, onde ficou até quase ao fim da sua carreira e onde construiu a sua fama. Era um ponta-de-lança extraordinário, dono de um remate fortíssimo e de uma velocidade inatingível. Dizem que foi um dos melhores de sempre, talvez o melhor. 

Marcou 232 golos ao longo da sua carreira em Portugal, 13 dos quais pela selecção nacional. Ao seu génio corresponderam poucos títulos - conquistou a Taça de Portugal em 59-60, viu fugir o campeonato no último jogo em 1954-55. 

Deixou o Belenenses em finais de 1964, mas ainda prolongou o prazer de jogar futebol por algumas épocas. Foi para o Atlético, que ajudou a regressar à I Divisão, na última das três épocas na Tapadinha.  

José Águas (1930-2000) 

Tinha acabado de fazer 20 anos quando veio para Portugal, já integrado na equipa do Benfica, que vinha de uma digressão em Angola. Começou aí a carreira de José Pinto Carvalho Santos Águas, o eterno «capitão» dos «encarnados». 

José Águas nasceu no Lobito a 9 de Setembro de 1930 e corria o ano de 1950 quando tomou a decisão de ir para a então Metrópole. Cedo se impôs no clube, comandando com elegância e frieza o ataque benfiquista. 

A coroa de glória surgiu ao fim de mais de dez anos, quando se tornou no primeiro português a erguer a Taça dos Campeões europeus. Havia de experimentar de novo essa alegria na temporada seguinte - fica no currículo com as Taças dos campeões de 60/61 e 61/62. E ainda disputou mais uma final, em 1963. 

A esses títulos juntou muitos outros - foi cinco vezes campeão nacional e melhor marcador do campeonato, conquistou sete Taças de Portugal. E marcou 319 golos, 11 dos quais pela selecção nacional.