Alenitchev

O melhor jogador em campo. O russo atravessa, indiscutivelmente, uma boa fase, constituindo, muitas vezes, o abono de família dos azuis e brancos. Foi o caso de hoje. Com um Deco apagado, o toque de magia pertenceu, em exclusivo, a Alenitchev. O estilo é inconfundível: passes curtos, fintas milimétricas, dons capazes de pôr qualquer defesa com a cabeça a andar à roda. Por vezes, parece desaparecer, mas quando menos se espera, lá surge uma jogada de mestre que estimula a equipa e dá cor à exibição do colectivo.  

Jorge Andrade

Está cada vez melhor. Se no início da época se dizia que a inexperiência poderia adiar um pouco mais a sua afirmação na equipa portista, Jorge Andrade tem vindo a provar, jogo após jogo, precisamente o contrário. A confiança cresce na exacta medida do seu talento e do respeito que vai adquirindo no seio da própria equipa. Muito rigoroso, muito tranquilo, é quase perfeito na zona defensiva que lhe compete e aproveita outras virtudes para se aventurar por sectores mais avançados. Não raras vezes, levanta a cabeça, lê o jogo e assina passes providenciais. Noutros casos, progride no terreno e tenta a sua sorte no remate. À custa disso, ia marcando golo monumental, aos 24 minutos. Está a ficar um senhor jogador.  

Pena

Confirma-se: o avançado brasileiro está de volta à boa forma. Os dias difíceis parecem ter passado e isso reflecte-se em campo. A atitude já é outra, mais positiva, mais generosa, e é sabido que quando Pena está disposto a se entregar ao jogo, pode ser um caso sério. Não foi, sequer, das melhores exibições de Pena no F.C. Porto, mas bastou para ser um dos melhores do encontro. Marcou os dois golos, apresentando uma percentagem de aproveitamento das oportunidades muito próxima dos cem por cento.  

Deco

A desilusão da noite. Longe do brilhantismo que todos lhe reconhecem, nunca conseguiu mostrar os pormenores de requinte que fazem dele um dos mais talentosos de todo o campeonato português. Acusou em demasia a falta de espaços imposta pelos dois médios de recuperação do Farense (Fernando Porto e Vítor Manuel) e, desta vez, não fez a diferença. Discreto, hesitante, foi uma sombra daquilo que já provou saber fazer. Fernando Santos notou e substitui-o aos 55 minutos, por Maric.  

Nélson

Está em boa forma. Com Esquedinha lesionado, Fernando Santos optou por uma solução que se tem revelado adequada. Nélson não estranhou o lugar de lateral-esquerdo e voltou a assinar uma exibição muito eficaz. Sereno, mas presente, fez um jogo à sua imagem: bem a atacar, seguro a defender. Pode ter uma palavra a dizer na luta pela titularidade, mesmo depois do regresso de Esquerdinha.  

Raul Iglesias

O guarda-redes espanhol tinha esta noite uma missão ingrata, porque se previa uma torrente ofensiva dos portistas. O caudal não chegou a ser tão forte como se anunciava, mas ainda assim Raul Iglésias teve várias oportunidades para brilhar. No que dependeu dele, foi eficaz, tendo somado um bom punhado de defesas de grande nível. Não teve qualquer culpa nos dois golos sofridos.  

Paulo Sérgio

O central evitou males maiores, ao realizar uma exibição muito positiva. Fez a vida complicada aos avançados portistas, cortando bolas sem fim e apresentado uma grande eficácia nas marcações. Na segunda parte, acusou um pouco a pressão e o esforço, e foi admoestado com um cartão amarelo. «Apanhou» com um Pena batalhador, protagonizando com o ponta-de-lança portista um dos duelos mais interessantes da noite.