Cantar pode parecer ser mais fácil do que jogar futebol. Mas essa não é a opinião de Nuno Gomes. O jogador do Benfica participou esta quinta-feira na gravação de algumas músicas do CD de comemoração dos 20 anos da claque Diabos Vermelhos com alguns dos colegas de equipa. Cantaram e quase encantaram.

Começaram tímidos e desafinados, mas, depois de tomarem o gosto, e feitos os arranjos necessários, ninguém diria que se tratava de Nuno Gomes, Simão Sabrosa, Sokota, João Manuel Pinto, Éder, Roger, Nuno Santos e até Petit, que apesar de ter sido operado ao maxilar recentemente, deu o seu contributo, embora mais na presença do que na voz. Filipe Gaidão e Mariano Velasquez, da equipa de hóquei em patins, foram os representantes daquela modalidade, porque a claque não é só do futebol.

Bastou cerca de uma hora. Ajudados por alguns membros dos Diabos Vermelhos, dois ou três ensaios em cada canção foram suficientes para passar à gravação. A tarefa pareceu fácil, mas quando deixaram o estúdio todos traziam um certo ar de alívio. E será mais fácil cantar ou marcar golos? «Marcar golos não é fácil, por vezes os mais facéis são os que falhamos, mas cantar não é a minha vocação», revelou Nuno Gomes depois de gravados os refrões das três músicas que contam com a participação dos craques encarnados: «Diabos nunca te falham», «Benfica és a nossa fé» e «Alguns não sabem».

De cachecol ao peito, a entoarem os habituais «gritos de guerra» ouvidos nos estádios, por momentos os papéis pareciam invertidos e os jogadores faziam lembrar um grupo de adeptos fervorosos. «Seria difícil trocarmos de papéis. Mas acredito que os adeptos às vezes tenham vontade de entrar para dentro do campo para substituir-nos», afirmou Nuno Gomes que prefere, sem dúvida, usar os pés do que a voz. «É mais fácil jogar e marcar golos porque é a minha profissão», justificou. Para o ex-jogador da Fiorentina, as claques têm um papel importante durante os jogos e, nesse aspecto, a Superliga é semelhante ao Calcio. «Portugal está um pouco parecido com o que se passa em Itália, onde quase todos os clubes têm claques e isso é muito importante».

Ao contrário de Nuno Gomes, Filipe Gaidão afirma que «cantar é mais fácil do que marcar um penalty no hóquei». Para o hoquista «todos desafinaram e todos afinaram». O que conta é a intenção: «O mais importante é termos dado o nosso melhor. Pelo nosso esforço e pela nossa vontade vai ficar bem de certeza».

O CD dos Diabos Vermelhos sai a 25 de Novembro e conta com 11 músicas, três das quais com os refrões cantados pelos jogadores encarnados.