Jorge Castelo não retira uma vírgula ao que disse após o Santa Clara-Felgueiras, mas faz questão de resumir o seu discurso numa única ideia. «Tudo o que disse foi que havia nove ilhas nos Açores e outros clubes que mereciam os mesmos favores do Governo Regional que o Santa Clara merece». O treinador dos durienses, horas depois e após reflexão, não detecta nada de extraordinário nas suas palavras. «O que me chocou ainda mais foi um director ter dito aos jornalistas para não me ouvirem mais. Isso sim é grave e devia averiguado pela Alta Autoridade para a Comunicação Social», referiu. «Foi tudo muito estranho, uma vez que foi a pessoa do clube que me acompanhou à sala de Imprensa que depois foi chamar um polícia para me tirar de lá». 

O técnico do Felgueiras diz mesmo que o ambiente que rodeou a conversa com os jornalistas era tudo menos normal. «Estavam na sala sócios, directores e jornalistas. Nem sabia a quem estava a responder. Naquele espaço só deviam estar representantes da Comunicação Social», refere, certo que o caso devia merecer a atenção da Liga. «Se eu fosse treinador de um grande, acho que o Santa Clara levava uma multa tão avultada que tinha de pedir outro subsídio», arrisca. 

Quando confrontado com as declarações ao Maisfutebol do vice-presidente do Santa Clara, Carlos Almeida, Jorge Castelo volta a apostar na contenção. «Perguntem aos treinadores dos clubes dos Açores se concordam com esta atribuição de subsídios», sugere, partindo do pressuposto de que «a população açoeano não está de acordo com a política desportiva que se pratica no arquipélago».