Apesar da derrota, Vítor Manuel estava satisfeito com o encontro em si. Feliz, porque o Salgueiros fez um desafio de bom nível e esteve muito perto de chegar ao empate. Só não teve sorte nas alturas decisivas, o grande problema. «Foi um grande jogo, aberto. As duas equipas podiam ter chegado à vitória», resume o treinador da formação de Paranhos. 

«Sofremos um golo fortuito nos primeiros minutos. Reagimos sempre até ao 2-2, mas o Sporting teve felicidade no terceiro golo», destaca, algo inconformado com o resultado pesado: cinco golos do campeão nacional, na noite inspirada do brasileiro Edmilson. Regressou às origens e ofereceu à plateia gestos técnicos de grande pormenor. Três magníficos tentos. 

«Foi uma grande arbitragem, mas houve lances algo duvidosos. O Salgueiros jogou olhos nos olhos com o Sporting. Bom jogo, mesmo em termos de oportunidades. Chegámos a empurrar o adversário, mas ficámos vulneráveis, apesar criarmos perigo junto da baliza contrária», afirma Vítor Manuel. 

Em determinados momentos, o encontro parecia uma partida do campeonato inglês, com o público a vibrar e o marcador a sofrer constantes mudanças. «Fizemos coisas muito bonitas. Se o Sporting jogou bem, nós estivemos ao mesmo nível. Dignificámos o espectáculo, só não fomos felizes. Era a noite do Sporting», finalizou o treinador do Salgueiros. 

Manuel Fernandes: «Os três pontos dão-nos moral» 

Primeiro ponto: as mudanças na equipa tipo. Em Vidal Pinheiro, o Sporting apresentou um onze diferente dos jogos anteriores. Manuel Fernandes chamou Edmilson e Hugo, em vez de Tello e Kirovski. «Sabia que tinhamos de ter consistência no meio-campo. As equipas podem-se mudar em função do adversário e do campo, alagado pela chuva». 

Depois, o treinador do clube de Alvalade deu a entender que tinha estudado as principais características do adversário: «O Salgueiros defende no seu meio-campo. Tentei anular o contra-ataque, não deixando os jogadores correr com a bola. Procurei que o Hugo anulasse o Marco Cláudio, o organizador de jogo contrário». 

Para além disso, Manuel Fernandes estava satisfeito, porque a equipa «encarou o jogo como algo de importante». Porquê? A vitória do Boavista na véspera levava o clube de Alvalade a chegar ao triunfo. Custe o que custasse. «Os nossos adversários directos jogam amanhã, mas estes três pontos dão-nos moral e vontade de lutar pelo primeiro lugar», explicou, sublinhando que a saída de Edmilson apenas se deveu ao facto de já não jogar há algum tempo: «É normal que se ressentisse».