Afinal, quantos jogadores da selecção macaense poderiam jogar em Portugal? Miguel Heitor reforça a perda de nível do futebol local e admite que são poucos, muito poucos. «Podem contar-se pelos dedos, agora de uma mão... Com treino adequado talvez pudessem jogar na II Divisão B ou na II Liga. Talvez até na I Liga, com um bocadinho de esforço. Só que é preciso trabalho de base, que é o que falta aqui.»

Muitos jogadores da selecção macaense regressaram a Portugal depois da transição para administração chinesa. Um dos resistentes é Manuel Armando, mais conhecido como Mandinho. É de ascendência africana, já tem 35 anos, mas é ainda o melhor jogador de Macau. «Ele jogou na selecção de Angola e chegou a treinar com o Belenenses, onde só não ficou porque na altura não tinha passaporte português. Contribuiu muito para que os jovens evoluíssem e eu incluo-me nesse grupo. Ele está cá há muitos anos e lembro-me de o ver jogar quando ainda era júnior.»

Por Macau passaram alguns jogadores que em Portugal actuaram na I Divisão. Miguel Heitor lembra Daniel Dias, «que jogou na Académica e foi colega do Fernando Couto». «Foi o melhor jogador do campeonato da China e foi campeão em Hong Kong.»

Se o futebol de onze em Macau não tem grande projecção, a bolinha leva muitos adeptos aos campos. A bolinha é o futebol de sete, jogado em relvados sintéticos, cujo campeonato acaba por contar com quase todos os jogadores da selecção macaense. Que também fazem uma perninha no futsal.

Na comunidade chinesa, o desporto mais praticado é no entanto o wu chu, artes marciais em que os macaenses têm conseguido vários sucessos internacionais.