João de Deus tem motivos para sorrir. Estreou-se a vencer no principal escalão do futebol português ainda com a equipa feita numa manta de retalhos e com uma enorme dose de sorte à mistura. O empate já era mau para uma Académica que fez por merecer o triunfo.

Alguns adeptos do Gil Vicente ainda se deverão estar a questionar como é que a sua equipa conquistou os três pontos. O Gil Vicente jogou praticamente todo o segundo tempo com uma unidade a menos, viu a Académica ser superior e ganhou com um golo apontado logo aos seis minutos e outro já nos descontos.

Na hierarquia universitária, a Académica de Coimbra viajava até Barcelos com maiores hipóteses de sucesso do que o seu adversário. Mas os caloiros de Barcelos, o Gil Vicente entrou em campo com sete caras novas, tiveram a sorte dos principiantes e ganharam de forma atípica, aguentando um autêntico massacre da Acdémica.

Início de jogo prometedor

O início do encontro prometeu. A Académica rematou com perigo à baliza de Facchini logo no primeiro minuto demonstrando que estava em Barcelos com convicção na conquista de resultado positivo. Buval fez estremecer as redes da casa num remate forte e cruzado.

Quase que caída do céu, a resposta Gilista chegou em forma de golo. Bruno Moraes, que aparente estar algo pesado, cedo mostrou que está em forma e fugiu na esquerda a Halliche. O central facilitou e depois carregou o avançado brasileiro em falta. Penalti convertido pelo próprio Bruno Moraes.

Terminou tal como havia começado o encontro. Com o golo do Gil Vicente, quando era a Académica quem mais fazia por isso. Numa tentativa de libertação da pressão da Acdémica, Lúis Martins foi à área adversária matar o jogo já nos descontos.

Académica merecia mais

A segunda parte teve sentido único no Estádio Cidade de Barcelos. A jogar com mais um elemento em campo e em desvantagem no marcador a equipa de Coimbra foi literalmente para cima do seu adversário estando por várias ocasiões perto do golo.

Os centrais Halisson e Danielson serviram mesmo de guarda-redes em duas ocasiões impedindo a bola de entrar na sua baliza quando Adriano Facchini já estava batido. Danielson fez mesmo uma defesa quase impossível quando o remate de Buval levava selo de golo.

Resultado penalizador para Académica e um autêntico milagre para o Gil Vicente. A equipa de Coimbra foi melhor durante grande parte do encontro, mas acusando alguma falta de matreirice. João de Deus tem motivos para festejar os três pontos, mas não a prestação da sua equipa.