A figura: Hugo Vieira

Não foi o autor do golo do empate, mas foi ele quem reergueu a equipa. E a esperança barcelense regressou à bomba. Aproveitando o erro de Ruben Amorim na intercepção, o avançado fuzilou Artur para fazer a equipa renascer das cinzas. Atrevido e personalizado, o gilista foi protagonista de alguns dos principais lances de perigo da equipa. Aliás, o ataque do Gil Vicente foi mesmo o melhor sector em campo. Curiosamente, é o que a direcção entende que necessita ser reforçado.

A desilusão: Jara

Não pode errar tanto para ser uma opção credível para o ataque das águias. Jara leva do jogo o mérito da assistência para o golo de Saviola e pouco mais. Mas o crédito ganho na acção diluiu-se num par de erros de cálculo, passes mal calculados, arrancadas infrutíferas e opções trocadas. Tem de dar mais, sobretudo para jogar no lugar de Cardozo. É que o «carrossel encarnado» pode pedir velocidade na frente, mas também pede acerto. E, nesse campo, Jara ainda está muito longe do «Tacuara».

O momento: o golo de Laionel

Com que então a história não se repete? Laionel contrariou a velha sentença popular com mais um golo de levantar o estádio. Tal como tinha feito na temporada passada, então na Académica, o brasileiro marca ao Benfica em grande estilo e dá o empate a uma equipa que, pela meia hora de jogo, nem parecia com cabeça para marcar.

Outros destaques

Saviola

Não teve a muleta do costume, mas não foi por isso que se escondeu do jogo. Sem Cardozo, foi o argentino o ponto de encontro dos raides ofensivos encarnados. Com Jara formou uma dupla mais móvel do que o habitual. Daí que tenha estado na origem e no término do segundo golo benfiquista. Pegou na bola fora da área, arrancou, endossou a Jara e apareceu no meio para a resposta.

Nolito

Dando continuidade aos bons indícios da pré-temporada, o espanhol entrou na Liga a marcar. Foi, aliás, começar e, praticamente, festejar, uma vez que o aproveitamento do erro de Éder Sciola aconteceu logo na etapa inicial, numa das suas primeiras acções em jogo. Foi-se perdendo com o desenrolar do desafio e, aqui e ali, ainda mostra alguns pormenores que precisam ser trabalhados, principalmente ao nível do passe.

Artur

O tal guarda-redes que vinha para dar pontos chegou com um ano de atraso. Artur Moraes evitou, pelo menos, que o Gil Vicente empatasse mais cedo. Em dois remates de Luís Carlos, na primeira parte, o guardião contratado ao Sp. Braga brilhou em grande estilo. Não conseguiu evitar os golos de Hugo Vieira e Laionel porque, diga-se, era indefensáveis. Para quem viveu tantos sobressaltos na temporada transacta, ter Artur na baliza é o melhor calmante possível.

Luís Carlos

Não foi à toa que o Gil Vicente esperou (e desesperou) para poder contar com os préstimos deste extremo, uma das figuras na caminhada triunfal na Liga de Honra. Forma um ataque muito versátil com Hugo Vieira e Laionel. Promete dar que falar na Liga e pode culpar Artur por não ser ele o herói no final desta boa estreia gilista na Liga. Brilhante o remate aos 12 minutos, só superado pela defesa do guardião encarnado.