Em pouco dias, o Gil Vicente conseguiu incomodar o Benfica, derrotar o F.C. Porto (algo que ninguém fazia há 55 partidas) e afastar de uma final o Sporting.

Poucas vezes uma equipa de tão reduzido orçamento conseguiu tanto brilho, no futebol português, perante os «grandes».

Existem pelo menos quadtro formas de olhar para isto.

1. Os «grandes» estão a jogar pouco esta época.

2. O Gil Vicente teve sorte, apenas isso.

3. O Gil Vicente beneficiou de arbitragens que prejudicaram os adversários.

4. O Gil Vicente tem um excelente treinador, bons jogadores e formou um grupo que aproveitou as suas forças e explorou com inteligência as fraquezas dos adversários, muito mais poderosos.

Seja qual for a sua opção, estamos perante um momento invulgar.

1. Poucas vezes os «grandes» (em simultâneo) se deixaram incomodar assim.

2. Poucas vezes uma equipa modesta teve tanta sorte em tão pouco tempo.

3. Nunca as equipas de arbitragem erraram tanto, em tão pouco tempo, com prejuízo dos grandes e em favor da mesma equipa pequena.

4. Poucas vezes uma equipa de orçamento curto conseguiu, de forma sucessiva, este tipo de sucesso com os «grandes» (caro leitor, lembra-se de mais exemplos?).

A minha opinião é esta.

1. Os «grandes», pelo menos alguns deles, já estiveram pior. O momento que vivem não justifica o sucesso do Gil Vicente.

2. A sorte explica pouca coisa no futebol.

3. Infelizmente as equipas de arbitragem continuam a errar mais a favor dos «grandes». (Basta fazer as contas...)

4. Dá gosto ver jogar uma equipa pequena bem trabalhada, levada ao limite das suas capacidades. Como é o caso.

Conclusão, minha: as equipas grandes estão mal habituadas. Perante adversários inteligentes e bem organizados, se perdem repetem a receita que utilizam há anos: disparar sobre os árbitros. Deviam ser humildes e sobretudo ter vergonha deste tipo de discurso que apenas prolonga as deficiências próprias.