A figura: Varela

Nem podia ser de outra maneira: dois golos, jogo decidido e três pontos para o FC Porto muito à sua custa. Não foi um jogo perfeito, claro, mas foi de muito bom nível. Os golos que marcou são completamente diferentes. No primeiro, percebeu muito mais rápido do que Gabriel onde ia parar o centro de Herrera e foi essa rapidez de raciocínio que fez, essencialmente, a diferença. No segundo fez tudo sozinho. Arrancou no seu meio-campo defensivo, aproveitou a passividade gilista para entrar na área e rematou de forma simples.

O momento: fuga para a vitória

Minuto 53. Varela recebe no seu meio campo, tabela com Josué e arranca para a área gilista. Halisson acompanha só com o olhar, deixa-o entrar na área, não consegue o corte e o avançado do FC Porto fica com a baliza em ponto de mira. Remate rasteiro e golo. O segundo do jogo e da conta pessoal. Ficou decidido ali, apesar de o Gil ter reduzido pouco depois.

Outros destaques

Herrera
Seria a figura do encontro não fossem os dois golos de Varela. E isso diz tudo. Começa, finalmente, a justificar o investimento e a mostrar o futebol que levou o FC Porto a apostar nele como substituto ideal para João Moutinho. Cresceu a olhos vistos nos últimos jogos, alicerçando a sua boa forma numa confiança que se sente a cada toque na bola. Já não erra tantos passes, pecado por demais evidente nos primeiros meses de Dragão ao peito. Excelente o cruzamento para primeiro golo do jogo.

Josué
Ainda no papel de maestro, voltou a mostrar pormenores de qualidade que só não chegam para reclamar o lugar a tempo inteiro porque nota-se que as suas características não são de número dez. Precisa de um apoio por perto para construir mais longe da área contrária. Brilhante o pormenor logo na fase inicial em que tira dois homens do Gil na frente com um toque. O remate foi mau, mas o relvado é uma boa desculpa.

Quaresma

O público de Barcelos não gostou de o ver sair tão cedo mas a verdade é que, esta noite, Quaresma complicou mais do que ajudou a resolver. Viu um amarelo «alaranjado» ainda cedo e teve dificuldades em inventar espaço, como tão bem sabe fazer, num relvado que estava longe de corresponder ao seu estilo.

Abdoulaye

Parece ter ganho o lugar no centro da defesa. Certinho na primeira parte, mais hesitante na segunda mas com nota positiva no cômputo geral. Tenta passar para os colegas a sua tranquilidade natural, mas essa característica vincada ainda assusta as bancadas de quando em vez.

Brito

Desperdiçou a mais soberana ocasião do Gil, até ao golo, quando fugiu à defesa portista após um livre cobrado rapidamente por Luís Martins e ficou na cara de Helton. Teve tempo para tudo, tentou o túnel. A bola passou mas sofreu um desvio subtil, o suficiente para abrandar a marcha e permitir a Abdoulaye o corte.

Hugo Vieira

Deu esperança num golo oportuno. Muito sozinho no resto do jogo.